86S3kuextR2S3YWJ_kx2UbklxpY

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Cresce a aceitação de cartões em 2015, aponta Boanerges & Cia.

A Boanerges e Cia., consultoria especializada em varejo financeiro, realizou um estudo que aponta um crescimento na rede de aceitação de cartões de débito e crédito no Brasil. Baseada nas estatísticas de pagamentos de varejo e cartões, divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BCB), em 6 de julho, a consultoria calculou a quantidade de POS (máquina de cartões, na sigla em inglês – Point of Sale) e PDV´s (Pontos de Venda) a cada mil habitantes, relacionando à renda per capita de cada estado.

O resultado apontou que:

A cobertura das redes de credenciamento no Brasil passou de 24,8 maquininhas por mil habitantes em 2014 para 25,2 em 2015;

A maior aceitação em 2015 foi registrada no Estado de São Paulo, onde há 38,5 maquininhas por mil habitantes; a menor, no Maranhão, com apenas 8,2;

Há uma correlação muito forte entre o grau de aceitação e a renda per capita (o coeficiente é de 0,94).

São Paulo, por exemplo, tem a maior renda per capita do país (R$ 1.482) e a maior cobertura de aceitação de cartões (38,5 maquininhas por mil habitantes). O Maranhão, com a menor renda per capita do país (R$ 509), é também o estado onde a cobertura é menor (8,2 maquininhas por mil habitantes);

O maior crescimento do número de maquininhas por mil habitantes em 2015 foi registrado em Rondônia (+13,3%), seguido por Mato Grosso (+12,1%) e Tocantins (+10,3%). Na outra ponta, os maiores recuos foram observados na Paraíba (-9,2%), no Rio Grande do Norte (-6,1%) e em Alagoas (-4,4%).

Segundo o BCB, o número de POS’s em todo o Brasil atingiu 4,538 milhões em 2015, enquanto a quantidade de PDV’s atingiu 623 mil. Considerando as estimativas populacionais elaboradas pelo IBGE, a cobertura das redes de credenciamento passou de 24,8 maquininhas por mil habitantes em 2014 para 25,2 em 2015. Os números sugerem que a aceitação de cartões segue crescendo, a despeito da crise, mas a um ritmo menor (+1,7%) do que o observado em 2014 (+12,1%), 2013 (+4,8%) e 2012 (+15,6%), por exemplo.

Aceitação por estados

Na avaliação por estado, a maior aceitação em 2015 foi registrada em São Paulo, onde há 38,5 maquininhas por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (32,7), Rio Grande do Sul (32,6), Espírito Santo e Paraná (ambos com 29,2).

A menor cobertura, por outro lado, foi registrada no Maranhão, onde há 8,2 maquinhas por mil habitantes. Piauí aparece em segundo lugar no ranking crescente (9,6), seguido por Pará (10,5) e Amazonas (12,3).

Para tentar explicar a grande diferença no grau de cobertura entre os estados brasileiros, a Boanerges & Cia. cruzou os dados de maquininhas por mil habitantes com as informações de rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente em 2015, segundo dados do IBGE.

Conforme é possível observar no gráfico abaixo, há uma correlação muito forte entre o grau de aceitação e a renda per capita (o coeficiente de correlação é de 0,94). Além disso, de acordo com o resultado da regressão linear, a renda per capita explica 88,6% da diferença no grau de aceitação entre os estados.

São Paulo tem a maior renda per capita do país (R$ 1.482) e a maior cobertura de aceitação de cartões (38,5 maquininhas por mil habitantes). No Mato Grosso do Sul, onde a renda per capita é de R$ 1.045, há 27,7 maquininhas por mil habitantes. O Maranhão, com a menor renda per capita do país (R$ 509), é também o estado onde a cobertura é a menor.

Assim, de acordo com a consultoria, a baixa renda aparece como um dos principais obstáculos para a expansão da aceitação dos cartões, que trazem maior praticidade e segurança para consumidores e lojistas, além de facilitar a fiscalização e a arrecadação de impostos por parte da Receita Federal. Segundo Vitor França, consultor da Boanerges & Cia. responsável pelo estudo, a renda está relacionada diretamente ao consumo e à bancarização. A população mais pobre, de maneira geral, tem menor acesso a produtos bancários, como cartões, por exemplo. Em regiões com menor renda, portanto, além de o consumo ser menor, menos consumidores utilizam cartão, o que desestimula o credenciamento de estabelecimentos.

O consultor, porém, chama atenção ao fato de que, como os principais emissores de cartão do país são sócios ou donos das principais credenciadoras, é mais fácil buscar soluções coordenadas para expandir a aceitação de cartões. Além disso, dada a relevância dos programas sociais do Governo Federal na economia das regiões mais pobres, buscar maior integração entre as transferências de renda, os meios de pagamento e as redes de credenciamento pode gerar resultados positivos para consumidores e lojistas, além de maior controle e transparência por parte do governo.

A Boanerges & Cia. analisou, ainda, a expansão da cobertura entre 2014 e 2015 e notou que o maior crescimento do número de maquininhas por mil habitantes foi registrado em Rondônia (+13,3%), seguido por Mato Grosso (+12,1%) e Tocantins (+10,3%). Na outra ponta, os maiores recuos foram observados na Paraíba (-9,2%), no Rio Grande do Norte (-6,1%) e em Alagoas (-4,4%).

Ao cruzar a variação da cobertura e da renda per capita real de um ano para o outro, porém, a Boanerges & Cia. não encontrou correlação entre as variáveis. A renda é um obstáculo estrutural para a expansão da aceitação de cartões, explica a consultoria, mas parece não ajudar a entender a variação da cobertura de um ano para o outro.
 
Fonte: Agência IN

Nenhum comentário:

Postar um comentário