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terça-feira, 12 de junho de 2018

A incrível, fascinante e assustadora Inteligência Artificial

'Lojas do futuro’, informadas por inteligência baseada em nuvem, existem e já estão no Brasil.

Um cliente inscrito em um programa de fidelização entra na loja. Ele é identificado em tempo real, por um sistema de reconhecimento facial, que sabe sua faixa etária, suas preferências e hábitos de compra. Assim, é possível lhe fazer recomendações personalizadas de produtos e serviços. Depois, se sabe quanto tempo o cliente ficou na loja, em qual área mais circulou, quando tirou um produto da prateleira, o devolveu para a prateleira ou o comprou. Tudo isso parece um conto de fadas para o varejista, mas é um mundo real: ‘lojas do futuro’, informadas por inteligência baseada em nuvem, existem e já estão no Brasil.
É um universo fantástico com possibilidades infinitas: saber, em tempo real, quando um item está em falta ou mal colocado na loja; se o movimento da loja está muito fraco; fazer uma promoção relâmpago, enquanto vitrines inteligentes exibem ofertas personalizadas…E veja: até a prevenção contra roubo, reconhecer aquele ladrão de loja, logo quando passa pela porta, por meio de câmeras de visão por computador.
Lá atrás, quando ouvimos falar boquiabertos do robô humanoide, que interagia com os clientes e ‘percebia emoções humanas’, ainda nos parecia estar assistindo a um filme de ficção. E, hoje, já temos os robôs físicos, que podem ser utilizados como recepcionistas no varejo; e os robôs virtuais, que atendem os clientes por meio do Chatbots.  Seu uso ajuda empresas a terem resultados certeiros. O robô Pepper, da japonesa Softbank (criado em 2010), aumentou em 70% o tráfego em lojas da Califórnia.
Em casos de rede, é possível reunir informações de milhões de clientes, de milhares de lojas, ao longo de anos. Com a ajuda da IA, os dados são convertidos em perfis de comportamento, baseados em algoritmos complexos. Imagine o quanto de informações valiosas se tira disto para criar campanhas segmentadas e mais assertivas, ofertas customizadas, gerar vendas maiores, gerenciar o estoque e a logística e fazer uma economia em custos para a empresa.  É o início de uma revolução, com máquinas capazes de realizar o que parece o impossível.  É a poderosa Inteligência Artificial, que diverte, distrai, inspira e ao mesmo tempo assusta. Assusta quando se sabe que a máquina pode fazer igual e até melhor do que o ser humano.
E para o consumidor é um mundo de sonhos e comodidade. É possível enviar uma foto do rosto e ter orientações de maquiagens (Sephora) e comprar roupas clicando as peças ao assistir de um Smartphone a um desfile da loja (Zara). E além da IA, ainda tem a Internet das Coisas, o Big Data, que abrem possibilidades incríveis.
Mas sendo realista, o Brasil tem restrições: falta de conhecimento e prontidão cultural impedem a adoção da IA; e alto custo de implementação de novas tecnologias, entre outras. O nosso mercado tem potencial de crescimento, mas é pequeno se comparado aos EUA e Europa. E vale ressaltar que nesse setor, o varejo é impulsionado, em grande parte, pelas startups, que transformam o acesso às aplicações com uso de IA mais acessível e simples. Por isso, no próximo evento bimestral da Abiesv, o 26º Backstage do Varejo, debateremos exatamente sobre: Inteligência Artificial e as Startups.
As grandes e os pequenos – Temos no Brasil, no mercado de IA, os exemplos das grandes — como Grupo Pão de Açúcar, Magazine Luiza, Drogasil –, que começam a aplicar essa tecnologia para melhorar a experiência do consumidor e ampliar as vendas. E também as grandes do exterior, como Amazon Go, Softbank, The North Face, Apple, Google e Walmart. Mas essas já foram amplamente divulgadas.
Existem algumas experiências mais realistas no País, daquele médio empresário/lojista, que não necessariamente já usa a IA, mas se utiliza de avanços tecnológicos e está a frente e provavelmente de ‘olho’ na Inteligência Artificial. Um de nossos associados na Abiesv, a Joy Indústria e Comércio de Móveis, especializada na fabricação de móveis para o varejo, teve sua equipe de profissionais vivenciando, recentemente, uma experiência incrível em IA. Ao fazer a execução e montagem de todo mobiliário da loja Omnistory, no Shopping Villa Lobos, a equipe acompanhou de perto a construção da ‘loja do futuro’, onde tudo é monitorado. Tem sistema de reconhecimento facial, vitrines inteligentes, possibilidade de pagamento por celular, entre outros avanços. Veja o link: https://www.omnistory.com.br/paginainstitucional/fornecedores-parceiros. Com isso, a Joy ficou próxima do que há de mais inovador em varejo. E levaram a lição: em tendência, há uma grande possibilidade do mobiliário para varejo um dia sair da fábrica com tecnologia embarcada, além de iluminação, a rapidez de implantação, facilidade na obra, segurança e outras vantagens.
Já um outro associado, a MosS Mídia tem a experiência em tecnologia avançada no seu dia a dia. A agência desenvolve e gerencia conteúdo em áudio e vídeo para o varejo. Seus clientes têm acesso a um painel, com cinco moods do PDV — Programação Atual, Tranquilo, Relaxante, Animado e Agitado –, que clicando pode-se mudar o astral da loja. De acordo com o perfil do público-alvo e da mensagem que a marca quer passar, é criado um branding musical, que transmite a atmosfera sonora desejada. O cliente se sente mais confortável e pode passar mais tempo na loja: aumenta a possibilidade de venda e cria memória afetiva da marca.
A Kawahara/Takano, escritório brasileiro de arquitetura de negócios e conceitos de store design, com trabalhos internacionais, apresenta seus projetos usando tecnologia de última geração: realidade virtual, por meio de óculos 3D. Temos ainda a Kemp, que fornece técnicas de arquitetura e engenharia, e implementa os avanços tecnológicos mais ‘criativos’ e acessíveis, também não propriamente IA, mas bem avançados, como realidade aumentada, realidade virtual, óculos 3D, Laser Scan 3D e drones. Na realidade aumentada, a apresentação dos projetos permite a integração de informações virtuais, geralmente tridimensionais, em ambientes reais com uso de uma câmera. Agora, a Kemp planeja trazer o Microsoft Hololenz, dispositivo de realidade virtual (2015), chamado de “computador holográfico”, que trabalha com hologramas e seu hardware interpreta gestos e vozes. Os seus investimentos em tecnologia já somam R$ 2 milhões, em três anos.
Alguns desses avanços parecem quase inacreditáveis… é sensacional onde o progresso está nos levando. 
* Por Akira Nagata é presidente da Abiesv — Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo. Formado em administração, pelo Mackenzie, e Designer, pela Anhembi Morumbi. Proprietário da Omega Light, empresa de soluções de iluminação.
Fonte: O negócio do varejo

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