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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Vamos continuar falando ou vamos agir?

O caminho para ser diferente exige fazer coisas diferentes e arriscar. Esteja atento: pratique a ação, em vez de somente falar sobre inovação.
Neste fim de outubro, boa parte do varejo já olha 2017. Embora ainda haja muito a fazer no fim de ano (Black Friday e Natal estão às portas), o planejamento para o ano que vem já foi concluído (ou está em retoques finais) e muitos empresários e executivos do varejo têm um ponto de encontro garantido no meio de janeiro. Nova York recebe anualmente a NRF Big Show, o maior evento de varejo do mundo, e os brasileiros estão entre os estrangeiros mais frequentes.
 
No início de 2016, com crise e tudo, foram mais de 1200 brasileiros. No ano anterior, quase 1800. Com tanta gente imersa em um ambiente fervilhando de novas ideias, tendências e inovações, seria de se esperar que as empresas usassem essas informações para transformar seus negócios, aproveitando o valioso benchmark proporcionado por uma semana na capital mundial do varejo.
 
Por que, então, é normal vermos, ano após ano, o varejo brasileiro ir à NRF e continuar evoluindo vagarosamente?
 
É hora de colocar o dedo na ferida, antes que seja tarde.
 
Durante uma semana, quem vai a Nova York é bombardeado por novas expressões, palavras de ordem e cases interessantes. Quem sabe aproveitar, sai de lá cheio de insights. A impressão que fica, porém, é que esses insights são extraviados pela companhia aérea. Poucos chegam com um plano de investigação e implementação do que foi visto. Muita fumaça, pouca substância.
 
Parte disso se deve à dificuldade de fazer negócios no varejo brasileiro. O ambiente político, econômico, tributário e trabalhista não ajuda nem um pouco, isso é verdade, mas nem por isso deveríamos nos resignar a deixar os planos eternamente engavetados. Por mais que a NRF proporcione incríveis oportunidades de relacionamento (o que muitas vezes já vale a viagem), é preciso ir além.
 
Inovação não acontece a partir do nada: demanda esforço, muito suor e um olhar atento para oportunidades que podem passar despercebidas. E, mais importante ainda: inovação não é, necessariamente, uma grande transformação mágica que faz a empresa, de uma hora para outra, deixar de ser uma abóbora para virar uma carruagem. Em vez de esperar a tecnologia de beacons se viabilizar, ou a impressão 3D amadurecer a ponto de romper a atual estrutura de distribuição, que tal tentar entender por que o atendimento no varejo americano é mais eficiente que o nosso? Que tal absorver conceitos como praticidade, vida urbana e integração online/off-line e aplicá-los à nossa realidade, ainda que em menor escala?
 
Duas das características mais marcantes do varejo americano são o uso de inteligência na análise dos dados de venda e o foco na solução de problemas. Em um ambiente de grande competitividade, as empresas sabem que dar uma “meia sola” na atualização dos sistemas de TI ou ter uma equipe de loja “meia boca” é pedir para ir para o buraco. Que tal traduzir esses conceitos para a nossa realidade e realmente estar à frente da concorrência?
 
O caminho para ser diferente exige fazer coisas diferentes e arriscar. Ao mesmo tempo, ninguém quer perder dinheiro com uma ideia excelente no papel, mas que não emplaca e vira um elefante branco. Então proponha a si mesmo um plano de inovação de ação rápida, da seguinte forma:
  • escolha duas ou três ideias, simples, que não demandem grande investimento e possam ser rapidamente transmitidas e implementadas;
  • coloque essas ideias em ação antes mesmo do Carnaval chegar;
  • meça rapidamente os resultados iniciais: está funcionando como esperado? Continue. Não deu certo? Ajuste;
  • ajustou e a ideia continua não funcionando? Jogue-a fora, sem apego;
  • comece tudo de novo com mais duas ou três ideias.

A receita vale não apenas para a NRF, mas para todos os dias. Uma ida ao shopping no fim de semana pode gerar novas ideias, um passeio na feira do bairro pode trazer insights importantes. Esteja atento e, principalmente: pratique a ação, em vez de somente falar sobre inovação.
 
Fonte: O negócio do varejo

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