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terça-feira, 16 de outubro de 2018

Novas relações entre shoppings e lojistas: a fórmula do ganha-ganha

“Eu queria que vocês soubessem que vocês mudaram a nossa história. A história da nossa empresa e, principalmente, a história das nossas vidas. Eu me reinventei como pessoa, eu me reinventei como profissional. Não tenho como agradecer a vocês”.

Quem disse isso, de forma sincera e espontânea, foi Danielle Mendes, da Animasom, rede carioca de casas de festas infantis. O agradecimento foi dirigido aos executivos da brMalls, durante o encerramento da primeira edição do brMalls Partners, programa desenvolvido pela maior companhia de shopping centers do país, em conjunto com a Endeavor.
Você pode achar incomum ouvir elogios de varejistas a empresas de shopping centers. E é mesmo. Mas outros empresários que participaram do programa fazem coro com Danielle. Durante o LATAM Retail Show, o maior evento de varejo da América Latina, que aconteceu semana passada, em São Paulo, os representantes da Tasty Salad, Singular Pharma e da Laces foram unânimes em reconhecer a importância dos ensinamentos obtidos por meio dos encontros, treinamentos e mentoria de profissionais experientes, durante o ano em que fizeram parte do projeto. “Até agora a gente abria lojas. Só depois do brMalls Partners podemos dizer que temos um projeto de expansão da empresa”, afirmou Patrícia Lion, da Tasty, durante o painel sobre ‘as novas relações entre shoppings e lojistas’, dentro do LATAM.
Essa relação entre lojistas e shopping centers tem sido marcada, ao longo dos anos, mais por conflitos do que por colaboração. Em boa parte, isso decorre da natureza imobiliária que norteou o surgimento dos shoppings por aqui e colocou em cantos opostos proprietários, preocupados em elevar seus ganhos, e inquilinos, que lutam para garantir melhores condições comerciais e viabilizar seus negócios.
No entanto, a profunda transformação que afeta o varejo em todo o mundo tem levado algumas empresas, mais antenadas com as novidades, a repensar a conveniência desse antagonismo. Afinal, a sobrevivência de shoppings e varejistas passa necessariamente pela oferta de lojas físicas capazes de oferecer produtos e serviços ajustados às novas demandas dos exigentes consumidores modernos.
Consciente da necessidade de apoiar o desenvolvimento e expansão de lojistas com potencial para atender a esses clientes, a brMalls decidiu reinvestir parte do seu resultado no brMalls Partners, que recebeu inscrições de 300 varejistas nacionais e entrevistou 30 deles para, no final, selecionar os 15 que fizeram parte do primeiro ano do programa. Os resultados foram animadores: o crescimento no faturamento desses varejistas foi superior a 30%. E muitos partiram para abrir mais lojas, não necessariamente em empreendimentos da brMalls (o regulamento não faz nenhuma exigência nesse sentido).
Durante esse painel no LATAM Retail Show fizemos uma enquete com a plateia, perguntando quem eles achavam que devia fomentar o desenvolvimento de novos varejistas: se o Governo Federal, entidades de classe, shopping centers, os próprios varejistas, nenhum deles ou todos eles. A maioria escolheu a opção ‘todos’, o que faz muito sentido. Shoppings e varejo estão no mesmo barco, e juntos são capazes de gerar riqueza e empregos. Se mais redes de shopping centers e mais varejistas unirem forças para multiplicar a quantidade de marcas estruturadas e adaptadas ao novo mercado de consumo, todos ganham. E a imagem do ‘relacionamento gangorra’, onde para alguém estar no topo outro precisa estar no chão, pode ser aposentada de vez.
*Imagem reprodução
Fonte: Mercado e Consumo

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