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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Geração X: O consumidor esquecido pelas empresas e pelo mercado

Millennials e Zs ocupam o centro das atenções e decisões de negócios. Essa escolha pode ser um erro, conforme aponta pesquisa apresentada no WRC. 


Carla Buzasi, CEO e curadora de conhecimento da WGSN, uma das principais e mais cultuadas consultorias de comportamento mundial, trouxe um estudo exclusivo e inédito para o World Retail Congress: “Geração X, o consumidor esquecido”. Em foco, a inexplicável opção das empresas pelo consumidor mais jovem, ignorando o poder econômico e a influência da Geração X, bem como o quanto essa renúncia afeta os resultados de vendas e lucros.
A executiva procurou demonstrar a si mesma como genuína representante da Geração X, um contingente que representa 31% do rendimento total dos EUA, 25% da população do país, 60% da renda conjugal e 55% das startups de EUA e Canadá.
É importante ressaltar, para Carla, que os membros da geração X ainda representam 51% da força de trabalho global e detém muito poder de consumo. Ao contrário do Brasil, que foca demasiado nos consumidores dessa faixa etária – ainda que desconhecendo ou ignorando seu comportamento e alinhamento com o pós-consumidor, ao passo em que vacilam no relacionamento com os millennials – os X englobam os PANKS e PUNKS (Professional Aunts No Kids, Professional Uncles No Kids ou Avós e tios profissionais sem crianças) e conservadores avessos a decisões, com enorme capacidade de alterar o rumo dos negócios no varejo.
Os “compreensionalistas” são um corte demográfico preocupado em tornar sua vida mais simples, que são intolerantes com tudo aquilo que significa barreira ou atrito no consumo. São práticos e multifacetados, com diversos interesses simultâneos e, ao mesmo tempo, irritam-se facilmente com sistemas que não funcionam.
O fato é que as empresas em geral e o varejo em particular, nos mercados maduros, procuram criar ambientes voltados para millennials e ignoram as necessidades da geração X. Carla destaca que esse público demanda interfaces limpas e com curadoria efetiva, particularmente no e-commerce. A tomada de decisões precisa ser mais simples, livre de senhas, cadastros e autenticações. Em sua opinião, a audiência da geração X é mais sensível a assistentes de voz e a produtos e serviços livre de intermediários. Ela defende que esse público composto por compressionalistas prefere formatos de venda direta para eles, razão pela qual são tão aderentes a modelos de assinatura.
Geração X
Já os avôs e tios profissionais sem filhos se caracterizam pelo poder e influência nas decisões de consumo. Adoram presentear parentes que tenham filhos, viajam muito e socializam tanto quanto, ao mesmo tempo em que redefinem o conceito de meia-idade. A geração X tem pontos de contato com a Geração Z, no estilo de vida, na valorização de ícones de moda, como Levi’s e All Star. Por outro lado, a geração X também gosta de ser vista como um “jovem médio”, (middle youth), buscando produtos que possam representar esse apelo mais jovem, como jeans, mochilas, conforto. Carla Buzasi também falou sobre consumidores X que gostam de jogos eletrônicos, os pioneiros da cultura dos games e de ambientes onde seja possível testar produtos que permitam obter sensações.
A geração X é indulgente, influente e é aquela que realmente define como as empresas devem orientar seus negócios para as outras gerações. Apesar desse poder, vale ressaltar que o mercado brasileiro, na contramão dessa tendência, é totalmente desenhado para as gerações mais jovens e descolado das necessidades dos millennials. A maior parte das empresas no país continua apegada a modelos de negócios voltados para boomers e X, razão pela qual apresentam pouca propensão à inovação.
De todo modo, as decisões de negócios precisam levar em conta a força e as características de cada geração. Ignorar a influência e o poder das diferentes gerações pode simplesmente derrotar negócios por miopia.
Fonte: Consumidor Moderno


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