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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

C&A LEVANTA R$ 813 MILHÕES EM IPO

A varejista de moda C&A conseguiu levantar R$ 813,7 milhões em sua oferta de ações inicial (IPO, na sigla em inglês). O valor de cada ação saiu a R$ 16,50, no piso da faixa indicativa de preço, que ia até R$ 20, e sem a venda de lotes adicionais. O início das negociações desses papéis está previsto para segunda-feira.

Segundo informações apresentadas à Comissão de Valores Mobiliário (CVM), foram vendidas 49,3 milhões de ações em uma oferta primária, ou seja os recursos (excluindo as despesas da operação) serão destinados ao caixa da companhia. A maior parte dos recursos vai para o pagamento de dívida e uma parcela menor (10%) para o plano de expansão das lojas – a rede da varejista, em junho, contava com 282 lojas, além do canal de vendas online.

Na avaliação de Carlos Daltozo, analista da Eleven Financial, há potencial para a valorização do papel. No entanto, isso vai depender da capacidade de execução do plano de expansão.

– O risco é essa velocidade de expansão que querem para os próximos anos. A C&A vem de um período recente com fechamento de lojas, causado pela crise econômica – disse.

Em 12 meses, o analista espera que o papel da empresa possa chegar a R$ 22,10, ou seja, um potencial de ganho (up side) de quase 34% para quem participou da oferta. Daltozo afirma também que há uma oportunidade de compra no início da negociação caso o papel se mantenha no valor de fechamento da oferta, de R$ 16,50, ou mesmo abaixo.

– Nesse patamar, é uma oportunidade de compra visando o crescimento adicional dos próximos anos. Outras empresas do setor já provaram a capacidade de criação de novas marcas e aquisições, como é o caso de C&A e Arezzo – explicou.

Já a Suno Research considerou o preço da oferta elevado e não recomendou a compra de ações no IPO. Entre os pontos destacados, estão um possível conflito de interesses entre os controladores e a gestão da empresa e os resultados considerados pouco atrativo nos últimos anos, na comparação com empresas do mesmo setor.

“Esta é uma dívida de capital de giro que roda a 170% do CDI (taxa que se aproxima da Selic) muito acima dos patamares de mercado. Lojas Renner gira em torno de 100% do CDI enquanto Guararapes (Riachuelo) conta com taxa ao redor de 110%”, destacaram os analistas da Suno.

Dos recursos do IPO, 90% serão direcionados para o pagamento de uma dívida contraída pela C&A com os controladores.

Do lado positivo, a Suno destaca o reconhecimento da marca (de origem holandesa) e a pulverização do setor no Brasil. A Renner, líder na venda de vestuário, tem uma fatia de 7% desse mercado e a segunda colocada, a própria C&A, tem 5,3%.

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