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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Arezzo compra Reserva e abre avenida de crescimento


A Arezzo&Co está compranda a Reserva numa transação que inaugura uma estratégia de vestuário e lifestyle numa companhia que há 48 anos é sinônimo de calçados - e abre uma larga avenida de crescimento para a empresa dos Birman, pessoas próximas à transação disseram ao Brazil Journal.

A Arezzo&Co está pagando R$ 715 milhões: R$ 225 milhões em dinheiro e o restante em ações. Os atuais acionistas da Reserva ficarão com 8,7% da Arezzo&Co, que ontem valia R$ 4,8 bilhões na B3.

A transação - em meio a uma pandemia que colocou o varejo de pernas pro ar e obrigou os CEOs a pensar fora da caixa - é o primeiro passo da Arezzo em direção à consolidação do setor de moda no Brasil, e vem três meses depois do Grupo Soma fazer seu IPO, levando ao mercado marcas como Farm e Animale.

Rony Meisler - o energético marqueteiro que ao longo de 16 anos transformou um singelo picapau vermelho numa das marcas de vestuário mais desejadas do País, será o CEO da AR&CO, uma nova subsidiária da Arezzo que servirá de plataforma para novas aquisições em vestuário. (AR de 'Arezzo e Reserva' e de 'Alexandre e Rony').

A Reserva - que faturou cerca de R$ 400 milhões ano passado -  tem 78 lojas próprias e 32 franquias. Cerca de 25% das vendas da empresa começam na internet.

Uma pesquisa de mercado feita pela Arezzo revelou que a Reserva tem um recall maior que seu faturamento, sugerindo que o caráter aspiracional da marca poderá ser monetizado com uma capilaridade maior.

A Arezzo pretende implementar o seu modelo de gestão de franquias nas seis marcas da Reserva, que incluem a marca homônima (53 lojas próprias e 32 franquias); a marca infantil Reserva Mini (14 lojas); a Oficina Reserva (3 lojas); a marca de moda feminina Eva (8 lojas); a Reserva Ink., que imprime camisetas personalizadas pela internet; e a Reserva Go, o conceito de lojas de calçados lançado pela Reserva recentemente. 

Boa parte das sinergias da transação virão justamente da área de calçados, já que representa mais de 12% do faturamento da Reserva e será facilmente escalável dada a expertise da Arezzo no assunto e sua cadeia de fornecedores no Vale do Sinos.

Como não tinha expertise em calçados, até recentemente a Reserva licenciava sua marca a um fabricante que vendia diretamente para franquias e multimarcas, deixando a Reserva com uma fatia menor de economics. A Arezzo vai inverter esta lógica.

Sinergias de custos como contratos de aluguel com shoppings e taxa de cartão de crédito também existem, mas não são o foco da transação, segundo as fontes.

Depois da transação, Anderson e Alexandre Birman ficarão com 45,8% da companhia - a primeira vez abaixo de 50% do capital. Na sequência, pai e filho estão abrindo mão do velho paradigma de controle, sagrado para tantas famílias brasileiras, em nome do crescimento da companhia. Rony Meisler ficará com 3,8%.

Tanto Rony quanto os outros três cofundadores - Fernando Sigal (responsável por product development), Jayme Nigri (COO), e José Alberto da Silva (teconologia), terão lockup nas ações e contratos de trabalho de longo prazo.

Dynamo e Igah Ventures - que juntas tinham 35% da Reserva, ficarão com 3,5% da Arezzo como resultado da transação.

Itaú BBA e Stocche Forbes Advogados assessoraram a Arezzo.

UBS BB e Pinheiro Guimarães Advogados assessoraram a Reserva.

Fonte: Brazil Journal     


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