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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Michael Kors investe em qualidade para combater estratégia de descontos

A varejista Michael Kors informou que melhorou a qualidade de suas bolsas e acessórios em uma tentativa de vender mais produtos pelo preço cheio.
 
A varejista de itens de luxo Michael Kors Holdings Ltd., afetada pelas promoções no setor de moda nos Estados Unidos, que reduziram suas vendas e lucro, informou que melhorou a qualidade de suas bolsas e acessórios em uma tentativa de vender mais produtos pelo preço cheio.
 
Em uma teleconferência com analistas realizada ontem, John Idol, diretor-presidente da Michael Kors, disse que a empresa também está tentando evitar os descontos em suas próprias lojas no varejo. Para isso, ela está incorporando mais produtos artesanais e usando couro de melhor qualidade em seus itens. Como exemplo, ele citou a coleção Mercer de bolsas retangulares e arredondadas, com preço em torno de US$ 300, que não tiveram redução nos preços e venderam bem durante toda a temporada.
Mesmo assim, a empresa enfrenta um desafio em tentar vender mais produtos a preço cheio, considerando a natureza altamente promocional das vendas no varejo de muitos rivais. Na América do Norte, por exemplo, Idol disse que as vendas de bolsas caíram “na casa de um dígito” em 2016, apesar do número de unidades vendidas ter crescido 11%, indicando que os consumidores estão comprando bolsas a preços mais baixos.
 
“A empresa tem muito trabalho a fazer antes de voltar aos trilhos”, escreveu Neil Saunders, diretor administrativo da GlobalData Retail, empresa que coleta dados sobre varejo, em um relatório de pesquisa a seus clientes.
 
A receita da empresa de moda caiu 3,2%, para US$ 1,35 bilhão, no terceiro trimestre fiscal encerrado em 31 de dezembro de 2016. As vendas nas lojas da empresa abertas há pelo menos 12 meses caíram 6,9%. Já as vendas para lojas de departamento recuaram 18%, resultado de um plano divulgado anteriormente de redução de promoções ao diminuir as vendas de produtos para essas lojas.
Bolsas e acessórios, especialmente os modelos mais baratos vendidos por Michael Kors e concorrentes como Coach Inc. e Kate Spade & Co., têm registrado boas vendas. Mas o crescimento tem desacelerado conforme o excesso de oferta levou a uma competição mais acirrada por preço e os consumidores migraram para bolsas mais pequenas e baratas. Idol disse acreditar que a categoria como um todo não deva crescer em dólares este ano.
A empresa de produtos de luxo Coach tentou solucionar o problema contratando um novo designer e migrando para um nicho mais sofisticado. A Kate Spade foi colocada à venda, pressionada por um investidor ativista.
 
A Kors parece estar adotando uma estratégia similar à da Coach ao reduzir o fluxo de produtos para lojas de departamentos que realizam muitas promoções e aprimorando o design de seus itens na expectativa de que os consumidores pagarão mais por eles.
As ações da Kors caíram 11%, para US$ 36,6% ontem. A ação já caiu 18% nos últimos três meses até o fechamento de segunda-feira.
 
As vendas nos Estados Unidos recuaram 7,4%, enquanto na Europa caíram 7%. Na Ásia, elas avançaram 89%, principalmente devido à recente aquisição da empresa que anteriormente licenciava as operações na região.
 
O lucro totalizou US$ 271,3 milhões, abaixo dos US$ 294,6 milhões registrados um ano antes.
Um produto que apresentou destaque foram os smartwatches. Segundo Idol, os consumidores estão querendo pagar o preço cheio pelos relógios inteligentes e a empresa teve problemas para atender a demanda, com muitos modelos esgotados.
 
Para o ano fiscal que se encerra em março, a Michael Kors reduziu sua previsão de lucro ajustado por ação para entre US$ 4,15 e US$ 4,19, com vendas de US$ 4,48 bilhões. Em novembro, a empresa tinha previsto lucro entre US$ 4,37 e US$ 4,43 por ação e receita de US$ 4,55 bilhões.
 
A Michael Kors também reduziu a previsão para o quarto trimestre fiscal, prevendo lucro entre US$ 0,68 e US$ 0,72 por ação, sobre uma receita entre US$ 1,035 bilhão e US$ 1,055 bilhão. Analistas consultados pela Thomson Reuters estavam esperando um lucro de US$ 0,93 por ação e receita de US$ 1,11 bilhão.
 
Fonte: The Wall Street Journal

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