As marcas no varejo têm que ter um propósito. Pode parecer óbvio, mas estabelecer as estratégias (certas) para se chegar ao propósito que alcance as expectativas de quem vende e de quem compra é uma equação que também precisa ser calculada com psicologia e antropologia. E hoje quem está fazendo isso com louvor são os chineses.
Na última década, estive na China sete vezes. Voltei há poucos dias com a sensação de que, incrivelmente, eles conseguiram imprimir ainda maior velocidade às transformações em todos os níveis da sociedade com 1,4 bilhão de pessoas – 20% da humanidade. De uma forma obsessiva, buscam dados e informações com valor real a fim de conhecer o cliente da maneira mais profunda para antecipar as demandas e aumentar a sua fidelidade e recorrência.
Os 10 dias na arquitetura cosmopolita de Pequim, Shangai e Hangzhou entre trens-bala e verde em todos os cantos possíveis, de um singelo vasinho sobre a mesa de trabalho até paredes vivas em viadutos, fizeram entender este povo. Os chineses trabalham com afinco, são agressivos e competitivos nos negócios e contidos nas emoções – até hoje não se vê grandes demonstrações de carinho em público.
Ao mesmo tempo, reconhecem esta intrigante capacidade de produzir e de inovar com velocidade e eficiência operacional. O Dia do Trabalho na China, na verdade, são três, comemorados de 1º a 3 de maio. Para se ter uma ideia do que é a capacidade de realizar, uma única companhia do segmento de eletro, a Suning, partir de um ecossistema, totaliza 5 mil lojas com a expectativa de chegar a 20 mil daqui a dois anos. Ou seja, o propósito é inaugurar 29 lojas de 8 mil metros quadrados por dia nos próximos 24 meses. Para isso, só na área de tecnologia da informação, atuam 8 mil pessoas. Tudo superlativo e hiperbólico na segunda maior economia do planeta.
*Alcides Debus – Empresário e presidente da CDL Porto Alegre.
Fonte: CDL
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