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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O "estilo Boeing" no comando da Riachuelo

"Tive cinco conversas com seu Nevaldo sobre o Novo Mercado, em grau decrescente de cordialidade." A frase reflete a dificuldade de Flávio Rocha, presidente da Riachuelo, em convencer seu pai, fundador e presidente da controladora Guararapes, a aderir ao nível mais elevado de governança da BM&FBovespa. A questão, garante ele, não é o controle, já que em caso de conversão de todas as ações da empresa em ordinárias - isto é, com direito a voto -, a participação do grupo controlador, que detém 90% das ações preferenciais (sem direito a voto) e 70% das ordinárias, poderia até ser ampliada. A resistência diz respeito à mudança estrutural no modo de comando da empresa, gerida com a mão forte do fundador Nevaldo Rocha. Em palestra no 12º Congresso Internacional de Governança Corporativa, que tem como tema neste ano as empresas familiares, Rocha fez um paralelo com a aviação para definir o modo de comando do pai. "Seu Nevaldo" - como se refere ao pai - comandaria a empresa ao "estilo Boeing", sistema no qual o avião é controlado pelo manche do piloto. Já o filho se diz mais confortável com o "estilo Airbus", no qual a ação do piloto passa por um sistema complexo que avalia o comando e valida a direção. "Sinto necessidade de um órgão de apoio para as decisões", afirma o executivo. Apesar de descartar o selo do Novo Mercado, Rocha explica que a companhia tem subido degraus em termos de governança. Como exemplos, o executivo cita a prática de teleconferências na divulgação de resultados trimestrais e a presença de membros independentes no conselho fiscal. O conselho de administração, por outro lado, conta apenas com três pessoas, todas ligadas à família.

Fonte: Valor Econômico

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