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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

As brasileiras sabem comprar no exterior

Há alguns anos o brasileiro era basicamente conhecido no exterior como um tipo de turista barulhento que não sabia sequer se comportar numa fila. Em adição, a mulher brasileira era vista como vulgar e os homens como jogadores de futebol, truculentos e machistas, apesar de bonitos e “calientes”. Havia um quadro de pessimismo em relação à nossa economia e certo desprezo pelos consumidores brasileiros em quase todos os países que íamos. Quando se tratava de fazer compras, não eram poucas as vezes que saímos constrangidos por não conseguir uma boa comunicação com vendedoras em lojas de grife. Insistiam em confundir nosso idioma com o espanhol.
Após o nosso país se tornar a oitava potencia econômica do mundo, começamos a conquistar respeito. Estive em Nova York para o ano novo e pela primeira vez o porteiro do hotel me saudou com palavras em português. Não foi muita coisa, mas o fato de ele as conhecer já me deixou impressionada. Em uma das lojas de luxo, como Armani, Michael Kors, Gucci, entre outras, a gerente em tom sério, pediu que levasse seu pedido aos brasileiros para que continuassem a fazer comprar nos Estados Unidos, para que mantivesse seu emprego. Segundo ela, o brasileiro tem mantido altos valores em compra, o que contribui para o aumento de vagas no mercado de trabalho.
Isto nos diz que o Brasil já é visto como essa tal potencia econômica, importante para o crescimento dos negócios no exterior. Não bastasse este novo momento do brasileiro, me deparei com um choque de preços baixos e inúmeras liquidações. Descontos que ultrapassavam 70% em plena estação de férias! Além disto, havia nitidamente um interesse por parte dos americanos de conhecer o Brasil, principalmente para o carnaval e a copa que está por vir. Assim como os Estados Unidos, o Brasil também precisa contar com os visitantes internacionais para a ampliação dos negócios voltados ao turismo.
Diante deste quadro positivo, a brasileira, que sempre soube buscar ofertas e equilibrar custo benefício, tem feito a “festa” nas principais cidades americanas. A mulher brasileira entra e compra sem pensar duas vezes, pois atualmente nossa moeda está forte, a economia aquecida e as classes B e C em ascensão. Ou seja, o Brasil está com apetite para gastar. Sem contar que os preços de itens supérfluos no Brasil, como relógios ou roupas de marca, estão muito superiores aos do exterior. Por consequência, vale mais a pena viajar para fazer compra do que gastar aqui no Brasil.
Com isto, a consumidora brasileira que sempre gostou de produto importado, agora, pode comprá-los diretamente no exterior. Esta situação nos convida a lembrar que a economia mundial não é estática e que o consumidor está atento. No meu último livro tenho uma citação de capa que diz “Com o passar do tempo as pessoas ficam do tamanho que são”, porém, neste caso, é o Brasil que começa a se destacar pelo mundo. O Brasil ficou do tamanho que é! Somos a bola da vez, que venha a Copa em 2014!
* Amalia Sina é Presidente Sina Cosméticos e Membro do Conselho da Fiesp.
Fonte: Mundo do Marketing

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