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sexta-feira, 23 de março de 2012

A escalada de preços dos shoppings

Entre os atuais 400 shoppings brasileiros, 120 dos principais e administrados pelas grandes redes, têm deixado os lojistas de cabelo em pé. Estes shoppings vivem um momento histórico que registra o menor índice de vacância da história da indústria de shopping centers.
Atualmente, existem mais de 200 grandes projetos de expansão de redes nacionais e internacionais que têm impulsionado esta demanda inédita por lojas nestes empreendimentos. Esta combinação tem gerado um aumento médio de cerca de 30% nos valores dos aluguéis praticados por estes templos do consumo nos últimos 12 meses.
No caso das luvas, este aumento chega, em algumas ocasiões, a mais de 50%. O curioso é que estes valores também são praticados em shoppings recém-lançados, em que as tabelas comerciais já chegam niveladas “por cima”. Não há escapatória para o lojista, pois os shoppings antigos e tradicionais fazem investimentos altos na abertura de novas lojas, sem que haja contrapartida no aumento do volume de vendas.
O risco de entrar em um empreendimento novo, mesmo em um investimento menor, acaba gerando resultados de vendas baixos e lentos. É necessário um período de 3 a 4 anos para a maturação das vendas e para enraizar os hábitos dos consumidores localizados na região.
Se considerarmos que este mercado segue a lógica da oferta e da procura e que neste momento existem muitos projetos de expansão buscando vazão para se expandir e conquistar territórios, surge um cenário propício para a abertura de novos shoppings.
Serão cerca de 100 novos centros comerciais previstos nos próximos 4 anos, que somados aos diversos projetos de expansão dos shoppings existentes, gerarão o incrível número de 15 mil novas lojas (e de lojistas). Mas, de onde sairão tantos lojistas? Essa é uma grande discussão entre os executivos do varejo e especialistas em franquias. Cerca de 30% destas operações serão de lojas próprias (entre lojas âncoras e satélites). Outras 40% de franquias. E as demais? Se o problema residia na falta de shopping centers para atender a demanda do varejo, talvez a situação se inverta. Haverá então excesso de lojas? Por este ângulo, poderá haver uma redução nos valores dos aluguéis e das luvas nos próximos anos?
Certamente algumas regiões terão excesso de ofertas e tornarão a vida do empreendimento e de seus lojistas muito difíceis. Mas voltando aos tais 120 empreendimentos do início do texto, a demanda continuará forte mantendo os preços ainda num patamar elevado. Estes shoppings possuem a vantagem de estarem em locais onde a escassez de terrenos próximos impede o surgimento de concorrentes.
De fato, os novos shoppings atenderão apenas parcialmente a demanda de expansão dos varejistas, mas enfrentarão um forte desafio para ocupá-los totalmente. Em contrapartida, os principais shoppings deste país não perderão este título tão cedo e manterão o posto ainda por algum tempo, com poucas trocas de posições.
Fonte: Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br), sócio-diretor da BG&H Real Estate

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