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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Herdeiro do Grupo RBS abre filial de doces e salgados

 

O que faz um herdeiro de um império das comunicações, que faturou R$ 1,3 bilhão em 2011 e emprega 5,3 mil pessoas, numa empresa de salgados e doces para festas? “Empreendendo”, afirma Maurício Sirotsky Neto, de 27 anos de idade e um dos herdeiros do grupo de comunicação RBS. “Sempre fui incentivado a ter meu próprio negócio e há muito espaço para empresas, em qualquer setor, que tenham gestão profissional, indicadores, metas e que pensem em ser grande.”

Com essa ideia, Sirotsky Neto está abrindo em São Paulo a Totósinho, primeira filial da empresa gaúcha de entrega de salgados, doces e bebidas para festas, cuja receita somou R$ 6 milhões em 2012. “Totósinho é uma marca nossa, que virou sinônimo da categoria de cachorros quentes em Porto Alegre”, diz ele. “Nosso desafio agora é tornar a marca e o conceito do serviço conhecido também em São Paulo.”

Para isso, estão sendo feitas ações promocionais, numa região que abrange um raio de oito quilômetros de onde os salgados são feitos, no Brooklin, zona Sul de São Paulo. E também no Facebook. A intenção é mostrar o diferencial da empresa: a entrega da comida em qualquer quantidade, em qualquer ponto da região atendida, em até uma hora, para que os sanduíches cheguem ainda quentes. “É o que nos diferencia de um fabricante de commodities”, afirma.

“Vendemos sobretudo para a pessoa física, dentro das pessoas jurídicas: as pessoas trabalhando que vão fazer uma comemoração, não querem gastar muito e nem têm como encomendar os alimentos e bebidas com muita antecedência.”

Negócio promissor
O modelo de negócio tem grandes chances de dar certo, de acordo com Ingrid Devisate, responsável pela área de Food Service da consultoria especializada em varejo GS&MD. Pesquisa feita no ano passado pela empresa com 1060 pessoas, em quatro capitais, indicou que os pedidos de entrega de sanduíches passaram de 26% para 44%, entre 2010 e 2012.
“Começamos a perceber também que há uma tendência de preocupação com comida saudável, que pode afetar os negócios de sanduicherias no futuro”, diz Devisate. “Por enquanto, no entanto, essa preocupação ainda não se refletiu no consumo”.

Consumo da classe C
Em Porto Alegre, a Totósinho funciona de segunda a segunda. Em São Paulo, abrirá de segunda-feira a sábado, num primeiro momento. O kit pronto para uma pessoa custa entre R$ 8 e R$ 15. “A participação da classe C no consumo de alimentos fora de casa é a que mais cresce no País”, afirma Devisate. “Ela consome, mas com a mão no bolso, controlando todos os gastos e o delivery com essa preocupação de preço tem chances de dar certo”, avalia.

Para levar a empresa a São Paulo, Sirotsky investiu quase R$ 1 milhão, que estima recuperar em oito meses. Com a subsidiária paulista, cuja área de atuação chega a uma população similar à de Porto Alegre, a expectativa é de crescer 30% em 2013. Adquirida há cinco anos e meio, a Totósinho dobrou de tamanho no período, com o aumento na linha de produtos e a entrada no varejo. No Rio Grande do Sul, a marca é vendida nas redes Zaffari e Walmart.

Além de Sirotsky Neto, os dois irmãos e a mãe são sócios da empresa, mas não participam da gestão. Ele entrou no negócio porque, à época da compra, não tinha os requisitos impostos aos familiares para trabalhar na RBS. “Eu não tinha 25 anos, não tinha MBA e nem experiência em outro lugar”, diz ele. “Já tinha tido outro negócio [foi sócio da Kzuka, empresa de comunicação para jovens], mas a RBS a comprou e eu saí, antes que meu pai me demitisse.”

Fonte: Brasil Econômico

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