Quem pensa que uma pizzaria inova somente por meio de reforma de cardápios, se engana. A concorrência maior, de demais pizzarias e outras opções de delivery e fast-food, implica na busca por melhorias na gestão do negócio e o segmento está atento a isso, com estratégias diferenciadas.
A operação da Pizza Hut no aeroporto internacional de Guarulhos é a maior da rede, presente em diversos países. A loja no aeroporto, que atende em média seis mil pessoas por dia, foi a primeira a testar a superfatia - metade de uma pizza grande. Dado o sucesso do empreendimento, a medida começa a ser adotada nos demais restaurantes da marca.
Já a empresa brasileira Dídio Pizza, rede de franquias de pizzarias 100% delivery, apostou na estratégia de venda ativa. Agora, além de receber pedidos por telefone e site, as lojas ligam para a clientela mais frequente em horários que, rotineiramente, um pedaço de pizza cai bem, diz Elídio Bianzi, diretor da Dídio Pizza. Ao DCI, ele afirmou que percebeu um aumento de pedidos em dias e horários de final de novela, ou quando o último dia do mês é uma sexta-feira - em que ocorrem fechamentos e balanços das empresas. "Depois de perceber um aumento de 35% nos pedidos em uma sexta-feira como a do último capítulo de Avenida Brasil sobre uma sexta feira-comum, decidimos começar a ligar aos clientes que já têm um laço com a Dídio". A receptividade é alta. Segundo dados da empresa, as vendas ativas, implantadas desde 2012, já rendem 10% do faturamento da rede Dídio Pizza.
O atual cenário de fast-food e delivery, cada vez mais acirrado, de fato exige que as empresas criem novas estratégias para não perder espaço no mercado brasileiro. Edwin Junior, gerente da Domino's no Brasil, avalia o mercado de delivery nos últimos 10 anos: "com o dia a dia cada vez mais corrido, a praticidade de pedir comida em casa vem aumentando. O baixo índice de desemprego faz com que homens e mulheres da família cada vez tenham menos tempo de cozinhar, e buscam por opções de delivery. A tendência agora, com outras plataformas para realizar pedidos, como websites e mobiles, está tornando ainda mais prático o pedido de comida em casa".
Quanto às novas estratégias, Reynaldo Zani, um dos porta-vozes da Pizza Hut no Brasil, conta que além da superfatia a operação da pizzaria no Brasil tem quatro conceitos: express (praça de alimentação), restaurante tradicional (mesa), delivery e o balcão. Esse último, segundo Zani, é o grande diferencial estratégico da Pizza Hut.
Funciona da seguinte forma: o cliente pede e paga por meio do site e ali mesmo define o restaurante onde buscará a pizza. Zani admite que o faturamento desse formato de serviço representa 30% da receita líquida total da Pizza Hut Brasil. A ideia é se adaptar às novas reivindicações do consumidor. "Percebemos, antes de começar as vendas da superfatia, que o público gosta de pizza como refeição e não só como lanche. A superfatia supre o cliente que vai ao restaurante sozinho, e a pizza grande (duas super fatias), a família ou grupo de amigos. Além de otimizarmos a produção, para o consumidor foi legal".
Também com vistas a agilizar as operações e reduzir custos, a Dídio Pizza trabalha com fornecedores homologados e de duas empresas que contam com uma distribuidora em comum. Foi instalada uma central de atendimento única, que direciona os pedidos para as lojas, e uma série de mudanças no processo de produção nas cozinhas das unidades, que otimizaram o preparo e a entrega das pizzas. Também apostou-se em um software que reduz para 12 minutos (era de 25) o intervalo entre o pedido e o início do preparo. "No passado, demorava-se em média uma hora e meia para entregar a pizza. Hoje não pode chegar nem perto disso. A exigência do consumidor está maior".
A rede Domino's, que tem 85 unidades no Brasil, investe no que acredita ser seu diferencial no País: "a velocidade na entrega. Não é à toa que somos a maior pizzaria delivery do mundo, com mais de 11.000 lojas". Para 2014, estão projetadas inaugurações de 30 lojas, para que se encerre o ano com 115 unidades e um faturamento de R$ 150 milhões. "Queremos vender 7 milhões de pizzas".
Domino's e Dídio Pizza decidem por novas franquias por meio do sistema de geomarketing. Edwin Junior diz: "fazemos uma análise de região onde gostaríamos de entrar e ainda não temos loja. Temos ferramentas que nos mostram geograficamente a distribuição de renda e perfil de consumidores, fazendo com que a decisão de abrir uma nova loja tenha um risco menor". A expansão da Dídio Pizza está na mesma direção. "Analisamos três lojas próprias, seu público consumidor e a partir daí projetamos em toda a cidade de São Paulo. A loja no Morumbi tem um público de mesmo perfil de uma loja na Mooca", explica Biazini.
A aposta da Pizza Hut, diz Zani, é investir na forma como o consumidor percebe o valor da marca, o conceito da Pizza Hut. "Quando se quer Pizza Hut, nada substitui". Zani ousa e ainda comenta: "Nossa marca é diferente das outras marcas e pizzas, um pouco acima delas. Isso acontece tanto pela forma como trabalhamos com parceria e promoções, exclusividade, tanto pelo investimento em treinamento e formação de pessoas". Só na grande São Paulo foram inaugurados 12 restaurantes da marca em 2013. Segundo Zani, está previsto um orçamento de R$ 15 milhões, que serão investidos principalmente nas parcerias, exclusividades e calendário de promoções da rede.
As parcerias da Pizza HUT, contou Zani, foram pioneiras no segmento. "Desde 1999 desenvolvemos parcerias com produtos da Tabasco, M&M e Kopenhagen, por exemplo. Desenvolvemos esse tipo de receitas o ano todo", apontou ele.
Em 2014, a Domino's apresenta um plano de crescimento em número de lojas. "Vamos fechar 2014 com um total de 115 unidades no Brasil e nossa meta é chegar a 175 lojas no final de 2016. Além de crescer em unidades, estamos crescendo em volume também por loja. A operação da Domino's no Brasil foi a que mais cresceu dentre todos os 73 países onde a empresa está presente".
Fonte: DCI
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