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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Governo discute incentivar consumo

Pelo menos cinco ministros apoiam ideia de usar reservas de capital para liberar empréstimos destinados ao financiamento de bens.
 
Ex-presidente Lula defende aumento do crédito e proposta ganha força entre ministros.
 
Com a economia abalada pela crise política e o País à beira da recessão, o governo já estuda formas de facilitar o crédito ao consumidor para tentar aquecer a demanda. O formato, porém, será cauteloso, distante das medidas adotadas há sete anos para combater a crise internacional e muito longe do que defendem o PT e o ex-presidente Lula. Duas premissas estão norteando esse planejamento: as medidas devem ser tomadas sem comprometer a política fiscal e o impacto na inflação tem que ser o mais baixo possível.
 
A estratégia deve ser adotada ainda este ano, aproveitando a proximidade do Natal. Instituições do comércio e consultorias já projetam as vendas de fim de ano como muito fracas, diante do atual cenário. Apesar da consequência imediata nas vendas do comércio, o impacto na economia deve levar um tempo maior, de cerca de dois trimestres. Mesmo assim, a expectativa da presidente Dilma Rousseff é que essa mudança contribua para renovar o ânimo de empresários e dos consumidores logo no início de 2016.
 
Os estudos que circulam no governo indicam que caberá ao Banco Central afrouxar regras de provisionamento para calote com o objetivo de fazer com que os bancos liberem crédito a linhas específicas ao consumidor. Para restringir ou incentivar esses empréstimos, o BC atenua exigências de reservas de capital próprio que os bancos precisam manter em caixa para emprestar. Combinado a isso, também se espera a liberação de parte do dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no BC, os chamados depósitos compulsórios. No entanto, a autorização seria condicionada ao desembolso de empréstimos para o consumo. Ou seja, o uso do dinheiro seria “carimbado”.
 
Não se trata, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S.Paulo, de voltar a usar os bancos públicos para conceder empréstimos com taxas subsidiadas, prática recorrente do governo petista que fez com que se agravasse o rombo das contas públicas. O desmonte das medidas que restringem o crédito não comprometeria, em tese, o esforço do Ministro da Fazenda Joaquim Levy de buscar o equilíbrio das contas públicas.
 
A opinião de O Negócio do Varejo: mais uma vez, o governo tenta saídas fáceis para driblar a crise. Estimular o crédito em um ambiente em que a confiança dos consumidores e dos empresários bate recordes negativos, o desemprego sobe e a renda cai é uma medida inócua, para dizer o mínimo. Em um momento em que a preocupação deveria estar na redução do tamanho do Estado, na simplificação do ambiente de negócios com a desburocratização da economia e no combate à corrupção, mais uma vez surgem vozes (neste caso, a do ex-presidente Lula) buscando soluções mágicas que não exijam mexer em um Estado que gasta muito mais do que arrecada e, ainda por cima, gasta muito mal.
 
Fonte: O negócio do varejo

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