Ex-ícone do varejo americano investe na integração de canais para voltar a ganhar relevância. A pergunta é: será que já não é tarde demais?
Sears, quem diria, investe na integração de canais para tentar voltar à antiga glória
A Sears já foi um ícone do varejo americano, a principal empresa do setor, o modelo a ser seguido. Ficou para trás, na esteira das mudanças do mercado e de sua própria incapacidade de se adequar aos novos tempos. Hoje em dia, ela passa longe da mente quando se pensa em inovação, alta tecnologia e prestação de serviços aos clientes. Mas vale a pena dar uma olhada no que a empresa tem feito.
Nos últimos dois anos, a empresa de Edward Lambert investiu em uma série de serviços focados em fazer com que o consumidor compre de maneira mais simples não apenas via internet ou na loja física, mas principalmente em ambos ao mesmo tempo.
A Sears chama essa abordagem de “serviços integrados de varejo”, mas o objetivo continua sendo permitir que os clientes comprem da forma que queiram, quando queiram. Isso se traduz em retirada gratuita nas lojas de itens comprados online, o que permite que os clientes reservem roupas via internet, para provar no PDV. Um serviço anunciado nesta semana permite que o cliente inicie a compra de equipamentos eletrônicos pela web e marque uma reunião com um especialista, na loja física, para tirar dúvidas e fechar a compra.
A grande questão é: será que essa virada rumo ao omnichannel importa, depois que a Sears saiu do mapa mental de grande parte dos americanos e hoje é apenas uma sombra do que um dia foi? A direção da empresa aposta que ainda dá tempo de mudar, mesmo depois de um prejuízo de US$ 1,7 bilhão no ano passado e queda de quase 14% nas vendas.
Parte da transformação da marca também se dá em seu modelo de negócios, que tenta migrar para algo baseado em assinatura, como ocorre, por exemplo, com a Costco e o Sam’s Club do Walmart. O Shop Your Way, programa de fidelidade da marca, já alcança 70% dos clientes da Sears e pode ser um diferencial competitivo interessante no futuro. Outro foco da empresa está em sua divisão imobiliária, que permite que a Sears se torne também uma empreendedora de shopping centers.
Para Neil Stern, senior partner da consultoria americana McMillan Doolittle, hoje a Sears é uma das líderes em omnichannel no varejo americano. A questão, agora, é fazer o consumidor enxergar isso. “Eles estão fazendo algo ótimo com uma marca que está em decadência e vem perdendo relevância, e com lojas que vêm em um declínio incrível em termos de tráfego e vendas”, comentou Stern ao jornal Chicago Tribune.
Fonte: O negócio do varejo
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