O SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, está promovendo a campanha “Compre do Pequeno Negócio”, e a data comemorativa foi no último dia 05 de outubro, quando foi instituído o “Estatuto da Micro e Pequena Empresa”. Tendo veiculação com artistas famosos em vários tipos de mídia, desde televisão aberta, passando por jornais e revistas, e alcançando as redes sociais, é uma atitude mais do que louvável, merecedora de todos os nossos aplausos. O intuito é o apoio e a capacitação dos pequenos empreendedores, a fim de torná-los mais próximos do seu consumidor final.
E como identificar um pequeno negócio? Segundo informação do próprio SEBRAE-MG, é aquele empreendimento cujo faturamento anual alcança 3,6 milhões de reais, e que possui até 49 funcionários. Representa noventa e nove por cento do mercado empresarial em todo o Brasil, gerando mais de dezessete milhões de empregos formais. Por exemplo, em Minas Gerais são pouco mais de um milhão de empresas nessa faixa, empregando formalmente quase dois milhões de pessoas. Dessas, quase cinquenta por cento estão no comércio. Ou seja, nem tão pequeno assim ele é, tem muita gente nesse mercado!
Temos dois tipos de comércio, separados pela localização do imóvel: rua ou shopping center. As chamadas “lojas de rua” usualmente são encontradas em áreas tradicionais do comércio ou na região central de cada município, próximas das estações principais de transporte urbano ou de outros fatores agregadores, como hospitais e grandes indústrias. Geram alto grau de empregabilidade onde atuam, porém com um poder de venda ainda limitado em relação às grandes redes vizinhas. Às vezes fazem parte de um modesto, mas vibrante, centro comercial, e criam alguns pólos de diversos segmentos, ofertando produtos dos mais variados tipos e preços. Isso é muito bom para o cliente, que pode encontrar o produto que procura, de maneira prática, conveniente e perto de sua moradia ou trabalho. E esse pequeno empreendedor leva uma vantagem substancial em relação às grandes redes de varejo: o relacionamento pessoal que tem com cada cliente, tornando-se amigo da vizinhança e estando ativo na comunidade.
Mas está enganado aquele que pensa que os comércios de pequeno porte localizam-se apenas nessas áreas. Cruzando-se os dados disponibilizados pela ABRASCE (Associação Brasileira de Shopping Centers) com pesquisas do SEBRAE, constatou-se que esses pequenos negócios respondem por, aproximadamente, cinquenta por cento das lojas instaladas nos shoppings centers espalhados pelo Brasil. Ou seja, a metade dos pontos comerciais dos grandes centros de compras é ocupada por empreendimentos deste tipo. E isso é bastante representativo.
Sendo assim, com toda essa abrangência, esse nicho de negócio tem de ser considerado em qualquer análise do varejo brasileiro. Apesar dos investimentos em propaganda e marketing ainda serem pequenos, visto que os valores envolvidos nessas operações são altos, essas empresas merecem destaque pela capacidade de diferenciação das grandes redes e de superação dos momentos turbulentos que estamos vivendo.
Vale ressaltar que o pequeno varejista, o foco dessa campanha, tem de fazer a parte dele. Ele tem seus deveres e obrigações, de forma a tentar aproveitar da melhor maneira possível todos os efeitos positivos que a exposição do seu negócio está tendo com essa ação, e a visibilidade que ele terá de agora em diante. Mesmo com o poder de compra em queda, com o consumo tendendo a ser cada vez mais racional, o cliente ainda espera uma oportunidade de se sentir bem, de não ter culpa em estar consumindo em um momento difícil da economia, de ter prazer numa boa compra. E isso é a boa notícia para esse varejista.
Vamos acompanhar essas breves dicas. Aproveite que o cliente está passando na frente da sua loja, estimulado pela campanha do SEBRAE, e atraia sua atenção já na fachada: são os três segundos que despertam o desejo de compra. Capriche na arrumação dos produtos na vitrina da loja, sem acúmulo de muitos itens e com alguns em destaque. Depois, planeje a exposição das mercadorias no interior do ponto de venda, sempre se lembrando de salientar algumas peças em promoção ou aquelas de maior valor agregado. Use o mobiliário específico para o que estiver sendo exposto, mesclando prateleiras nas paredes e gôndolas no centro do salão. A iluminação correta de cada ambiente traz conforto visual e bem estar, além de facilitar a identificação imediata das cores e formas dos produtos. Tente jogar alguns focos de luz em determinados produtos, diferenciando-os dos demais. As promoções devem ter o destaque necessário, com comunicação visual própria e de acordo com a linha gráfica usada pela empresa. E não se esqueça que a sua identidade visual é importantíssima, devendo estar presente em vários pontos da loja, a fim de fortalecer e estreitar o vínculo do consumidor com a sua marca. Ainda, lembre-se da limpeza geral de todo o ambiente, de conservar e manter em bom estado a pintura das paredes, de trocar lâmpadas queimadas, de reparar móveis defeituosos. E ar refrigerado hoje em dia deixou de ser custo, é investimento no conforto do seu cliente, e permite que ele fique mais tempo no interior da sua loja
Por último, mas não menos importante, concentre seus esforços nas demandas gerenciais do seu negócio. Adquira um software de gestão específico para varejo; mantenha o depósito da loja de maneira organizada e prática, onde seja rápido e fácil buscar qualquer ítem; promova treinamento e capacitação da sua equipe de funcionários, pois um mau atendimento coloca tudo a perder, e pode não haver outra chance de agarrar esse cliente. Busque sempre a perfeita harmonia entre todos esses pontos, por menor que seja o seu negócio. Portanto, pequeno varejista, mexa-se!!!
Fonte: O negócio do varejo
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