Alerta é do CEO da Neogrid, Jean Klaumann; para ele, empresas precisam focar na omnicanalidade.
O varejo físico que existe hoje vai ser o ponto de suporte de venda omnichannel de que as empresas tanto falam? Esse ponto físico está preparado para exercer, ao mesmo tempo, os papéis de showroom, pós-venda, Centro de Distribuição (CD) e loja?
Para o executivo Jean Klaumann, CEO da Neogrid, empresa de soluções para a gestão automática da cadeia de suprimentos, essas questões devem ser feitas por quem quer fazer a diferença hoje no mercado. “O jogo do varejo será ganho pelas empresas que têm esse ativo supervalioso que é a experiência conectada apoiada pela loja física”, define.
Jean Klaumann destaca que varejistas que foram early adopters da omnicanalidade, começando essa jornada por volta de 2016 ou 2017, têm hoje mais de metade da venda online suportada pela estratégia da loja física.
Para seguir esse caminho, é preciso repensar a capacitação do time, as métricas de performance e até o layout do varejo físico. “Produtos de alto giro não têm de estar no CD; têm de estar perto do consumidor com entrega rápida. Os produtos de pouco giro devem ser concentrados por eficiência de caixa. É preciso olhar para a jornada de omnicanalidade entendendo como ter o máximo de eficiência operacional”, aconselha, que participou recentemente do BConnected, evento de gestão de negócios e franquias realizado em São Paulo pelo Grupo Bittencourt.
Jean Klaumann chama a atenção para estudos que mostram que, se o consumidor não encontra produto numa loja, em 40% dos casos ele troca de loja; em 43%, troca de marca. “Esse é um problema tanto do varejo quanto do fornecedor. É necessário encontrar uma equação econômica para que você tenha sempre produtos mais importantes para o seu público dispostos na loja.”
Estratégias repensadas
A pandemia de covid-19 resultou numa visão distorcida da realidade do varejo, avalia o CEO da Neogrid. Boas empresas foram penalizadas por causa do contexto; outras, nem tão boas assim, foram turbinadas pela mesma razão.
Uma grande aposta foi, por exemplo, na estratégia de proximidade. Grandes redes passaram a abrir lojas distantes das regiões centrais. Agora, elas não bastam: como o consumidor acessa tudo pelo celular de qualquer lugar, a concorrência não está mais só no bairro ou na cidade.
Não deixar faltar produto e não deixar sobrar produto são, assim, exercícios constantes. E estão diretamente ligados à agenda omni do varejo. A loja não deve ter apenas o estoque do que será vendido nela, mas do que o e-commerce da marca vai vender naquela região. Toda a estratégia de abastecimento e oferta precisa ser repensada.
A boa notícia é que os dados de comportamento do shopper, do que ele compra e que preço paga, antes acessíveis apenas a empresas grandes que podiam pagar muito caro por eles, hoje têm custos que podem ser bancados por varejistas de menor porte.
Fonte: Mercado & Consumo
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