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terça-feira, 30 de maio de 2023

Shein cresce em ritmo acelerado e ‘fast fashion’ volta aos holofotes

A ascensão meteórica mostra que moderno e barato têm apelo duradouro.


Por Dow Jones | A chamada “fast fashion” está de volta aos holofotes, graças à varejista de roupas on-line Shein. Será uma tendência ou um sucesso momentâneo? A Shein, que cresceu em um ritmo monstruoso nos últimos anos, é uma empresa de moda rápida apenas on-line com poucos pares de escala semelhante.

No ano passado, a Shein respondeu por 1,7% das vendas do setor de vestuário na América do Norte, tornando-se a quarta maior vendedora de roupas atrás da NikeOld Navy e Lululemon, de acordo com a Euromonitor. Quando questionados sobre onde comprar roupas de “sair”, entrevistados da geração Z marcaram Shein como sua escolha número 1, e foi a segunda escolha, atrás da Amazon, para millennials, segundo pesquisa da Cowen.

Embora Boohoo GroupASOS Fashion Nova ocupem um espaço semelhante, as receitas são apenas uma fração das da Shein, que gerou US$ 23 bilhões no ano passado. As vendas são comparáveis às da H&M, que registrou vendas líquidas de 223,6 bilhões de coroas suecas (US$ 21 bilhões) no ano fiscal encerrado em novembro de 2022 e da Zara, da Inditex, que registrou 23,8 bilhões de euros (US$ 25,5 bilhões) no ano fiscal encerrado em janeiro de 2023.

A empresa, com sua base de fornecedores na China, tem um modelo de teste e escala bem calibrado: produz de 100 a 200 peças de qualquer produto no lançamento e depois aumenta a produção apenas se a demanda for forte, disse um porta-voz da empresa em um comunicado por e-mail. Isso resulta em pouco estoque, o que, por sua vez, ajuda nos resultados.

Do lado da oferta, a empresa extrai eficiências usando um sistema de fabricação digital, que pede que a extensa base de fornecedores compartilhe a capacidade em tempo real e marque os pontos fortes e fracos da categoria, segundo relatório do Boston Consulting Group. Para minimizar os custos, a Shein seleciona tecidos e exige que os designers escolham a partir das opções, observou o relatório.

A moda rápida foi inventada por empresas como a Zara e, em menor grau, a H&M, no final dos anos 1990, quando as empresas pegaram os estilos mais recentes vistos na passarela e trouxeram produtos semelhantes ao mercado, segundo Simon Irwin, analista do Credit Suisse. Para empresas como a Zara, levava cerca de três a quatro semanas para trazer algo como uma simples camiseta do design para as lojas e de seis a oito semanas para algo como uma jaqueta ou um vestido, embora fosse uma parte relativamente pequena das vendas, segundo Irwin.

Mas a categoria caiu em desuso nos últimos anos, à medida que consumidores e investidores se tornaram mais críticos em relação ao impacto no meio ambiente. Até certo ponto, varejistas de baixo preço, como T.J. Maxx, começaram a atender à demanda dos consumidores por designs de passarelas a preços de barganha, disse Simeon Siegel, analista de ações da BMO Capital Markets.

Se o que a Zara fez nos anos 90 foi moda rápida, a versão de Shein é “moda ultrarápida”, disse Irwin. O estoque da Shein leva cerca de 40 dias para ser concluído, metade do que é necessário para a Inditex. A estratégia de retorno rápido vai contra as tendências do setor. Em geral, o giro de estoque das empresas de vestuário aumentou nas últimas duas décadas. Em 2000, por exemplo, o giro de estoque na H&M demorava pouco mais de três meses. No ano passado, demorou mais de quatro meses.

A ascensão meteórica de Shein mostra que moderno e barato têm apelo duradouro. Embora a geração Z se preocupe com a sustentabilidade, ela também valoriza a autoexpressão. E os preços baixos da Shein brilharam ainda mais nos últimos três anos, quando os compradores experimentaram um aumento incomum nos preços das roupas. Compradores e investidores gostam de ver credenciais verdes, mas, se a popularidade de Shein mostrou alguma coisa, é que o dinheiro é mais importante.

Fonte: Valor Econômico

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