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segunda-feira, 17 de julho de 2023

No Brasil, Shein tem desafio de manter velocidade e preço da China

A meta da varejista on-line de moda chinesa Shein, de produzir localmente 85% dos itens vendidos no Brasil até 2026, não é o maior desafio da empresa.

Por Daniela Braun – A meta da varejista on-line de moda chinesa Shein, de produzir localmente 85% dos itens vendidos no Brasil até 2026, não é o maior desafio da empresa no mercado brasileiro, avalia o consultor de varejo Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail.

“É muito difícil acreditar que eles serão capazes de replicar com fornecedores brasileiros a velocidade de manufatura e o preço que praticam na China”, disse Serrentino ao Valor.

Até o momento, a Shein fechou parcerias de produção com 164 fabricantes locais e 114 já iniciaram a manufatura de itens de vestuário e acessórios femininos no país — alguns desde janeiro —, informou Marcelo Claure, presidente do conselho da Shein para a América Latina, em entrevista ao Valor, na tarde desta quinta-feira (13).

“A empresa precisa enfrentar alta carga tributária, custos de combustível e seguro com transporte e se manter competitiva em linhas que não são o forte do Brasil”, comentou Serrentino, que também atua como conselheiro de empresas de varejo.

O chamado custo-Brasil, segundo Serrentino, é o desafio da Shein para competir com varejistas de moda que atuam há décadas neste mercado. Por aqui, segundo ele, há grandes redes de moda trabalhando com uma média de 80% da produção local e 20% dos itens importados.

“Dizer que 85% da produção virá do Brasil não é um problema porque temos uma vasta cadeia de produção de vestuário no país”, observa Serrentino.

No entanto, a especialidade da indústria brasileira está em malharia e jeans, enquanto a demanda da Shein se concentra em peças produzidas com tecidos sintéticos e estamparia.

Em abril, a varejista anunciou um investimento de R$ 750 milhões na operação brasileira, incluindo parcerias com 2 mil fábricas locais até 2026. Com o anúncio, o Brasil torna-se o terceiro centro de produção da empresa depois da China e da Turquia.

Fonte: Valor Econômico

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