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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A loja superlativa

Os três pontos turísticos mais visitados em Berlim são por ordem o Portão de Brandenburger, grande símbolo da cidade, o prédio do Parlamento e a Kaufhaus des Westens, ou simplesmente KaDeWe. Mas, opa, trata-se de uma loja – e que loja. É a maior loja de departamento da Europa – são 60 mil metros quadrados –, no mesmo patamar de Harrods em Londres e Galeries Lafayette em Paris. “Os turistas adoram passear aqui, representam 40% das visitas”, conta a diretora de marketing Petra Fladenhofer.
20_1Tudo começou com um sonho de um merchant, Adolf Jandorf, em 1905. Dois anos depois, seu sonho estava erguido. Espaçosa, moderna, funcional, com um sortimento impressionante em cinco andares de uma única atmosfera. A KaDeWe era revolucionária para a época e isso atraiu de cara a atenção dos moradores de Berlim e arredores. Tornou-se o destino preferido “também” para as compras – muitos iam lá apenas para passear. Então, durante a Segunda Guerra Mundial, a loja, que já tinha saído das mãos da família de Jandorf, por ser judia, e sido incorporada por um grupo financeiro, sofre o grande golpe: um avião americano choca-se contra o atrium destruindo-aquase que por completo. Toda a vizinhança se reduz a pó e cascalho. A reconstrução começa imediatamente e, em 1950, a festa da reinauguração recebe 180 mil pessoas, numa celebraçãoao recomeço da loja e da cidade. Nos anos seguintes, a KaDeWe passa por remodelagens e ganha mais um andar, o gourmet.Então, em novembro de1989, após a quedado Muro de Berlim,experimenta seu maior boom de movimento. “O desafio de ter mais de cem anos é estar sempre se reinventando”, comenta Petra. E, assim, em1996 o último andar, o oitavo, é adicionado à loja, onde hoje funciona o restaurante, dentro do telhado de vidro,com vista para a cidade. Fechando o ciclo, a KaDeWe também é um polo de serviços, abrigando loja de câmbio,salão de beleza, spa, guichê de ingressos de teatro,childcare e concierge.

O lendário 6º andar

Os andares anteriores, dedicados à moda, artigos para casa, a eletro e a utilidades em geral, são como um ensaio. O sexto andar é uma verdadeira aula de experiência de compra. Seus sete mil metros quadrados de área de vendas – é a maior delicatessen da Europa – soma um mix de 34 mil produtos diferentes; 500 funcionários e 150chefs e cozinheiros estão a postos todos os dias abastecendo as vitrines de cada ilha temática, são 30 no total.Algumas dessas ilhas, como as de peixes e carnes, possuem pequenos restaurantes geminados onde o cliente senta e degusta a especialidade feita na hora. Aliás, a seção de peixes frescos merece menção. Dependendo da estação, os tanques estão cheios de esturjão, bagre, carpa, truta, ou outros de nomes difíceis de traduzir. Há opções mais exóticas, como o peixe-papagaio, ouriço earanha-do-mar. No açougue, cortes diferenciados,e alternativas como angus argentino e cordeiro fresco da Nova Zelândia.
A cada semana, estaciona no porão um caminhão de 20 toneladas com suprimentos do mundo todo – cogumelos de Marrocos, feijões do Senegal,ostras de Bretanha, queijos da Normandia e aves raras de caça. Isso sem contar as seções de doces, pães (há uma padaria alemã e outra francesa), chás e cafés que reúnem uma variedade impressionante. “A ideia é que aqui o consumidor encontre tudo, literalmente”, assegura Petra. Noandar estão também importantes nomes da gastronomia mundial, como Paul Bocuse, Lenôtre e Leysieffer, que assinam estações gastronômicas.

Fonte: Revista Varejo

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