Ainda curando as
feridas dos duros golpes que sofreu nos últimos três anos – notadamente um
grave escândalo contábil, fechamento de lojas e a frustrada negociação com o Pão
de Açúcar –, o Carrefour começa a sair das cordas.
O novo CEO mundial do
grupo, Georges Plassat, elegeu como uma das prioridades neste início de gestão
a retomada dos investimentos no Brasil – não obstante a anunciada temporada de
cortes globais. Será, ressaltese, um levantar tímido, gradativo, característico
de quem ainda sente dores pelo corpo.
O nº 1 do Carrefour no
país, Luiz Fazzio, recebeu autorização dos franceses para tirar da gaveta o
projeto de expansão na Região Norte, área onde a rede varejista tem sua
operação mais modesta no Brasil. De acordo com informações filtradas junto à
própria empresa, o plano prevê a abertura de três hipermercados até o início de
2013.
Todas as lojas ficarão
no Pará, nas cidades de Belém, Marabá e Santarém. Segundo uma fonte ligada ao
Carrefour, a decisão já teria sido comunicada ao governador do Pará, Simão
Jatene. Trata-se de um aquecimento. A estratégia do grupo passa pela
inauguração de 20 pontos de venda
na região até 2014.
Procurado, o Carrefour informou que não faz comentários sobre planos de
expansão.
O Carrefour considera fundamental
para a sua operação no país a expansão no Norte e no Nordeste. O setor de
varejo tem mantido, nos últimos anos, taxas de crescimento expressivas nestas
regiões.
Além disso, são áreas
nas quais a consolidação e, consequentemente, a concentração de mercado não
atingiram níveis similares aos do Sul e Sudeste. Ainda há uma pulverização do
setor e um número razoável de redes regionais, inclusive alvos potenciais de
aquisição no médio prazo. Outra razão é a necessidade do Carrefour de dar massa
crítica à sua operação local. Hoje são apenas seis lojas no Amazonas. As vendas
destes estabelecimentos não compensam os altos custos logísticos necessários
para a manutenção de uma estrutura de distribuição local.
O avanço no norte do
país tem forte valor simbólico para o Carrefour. Os franceses pretendem
associar os investimentos à ideia de reequilíbrio das operações no Brasil. O
grupo espera ainda dispersar os boatos de que continuaria disposto a se
desfazer de seus negócios no país – recentemente, a mídia internacional
levantou a possibilidade de o Walmart comprar ativos do Carrefour não
apenas no mercado brasileiro como em outros países da América Latina.
Fonte: Relatório Reservado
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