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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A convergência dos canais de venda

       
 A convergência dos canais de venda
Um velho ditado no varejo diz que sempre ao final do dia devemos nos perguntar o motivo de termos deixado mercadoria faltar ou sobrar nas prateleiras. Do ponto de vista operacional isso se traduz no indicador de nível ótimo de estoque, que rege o planejamento do setor.
A era da gestão tradicional do varejo, que observa nos multicanais a forma de abordagem eficiente do cliente, sempre com foco no produto, está chegando ao fim. Durante a feira NRF Retail´s Big Show, percebemos que, mais do que tendência, a migração do formato tradicional para o chamado Omnichannel é inevitável. Essa padronização de processos e preços, além da mudança conceitual de foco - do produto para o cliente - vem suportada por muita tecnologia.
É claro que a TI e seus sistemas convencionais (Sistemas de Suporte à Operação) vão continuar, mas além de sua evolução natural com o desenvolvimento de soluções específicas para o tema, chegam novos aplicativos que, associados à migração para o Cloud Computing, devem ser incorporados ao dia a dia do varejo como viabilizadores operacionais. Dentre eles o QR Code e o RFID, ligados a dispositivos móveis que fazem parte do cotidiano dos consumidores. Estes aplicativos vão utilizar o Cloud Computing como um fator evolutivo da TI, visando facilitar o acesso e o armazenamento de dados.
O varejo brasileiro sai de sua zona de conforto e vive hoje em um novo cenário de competitividade, obrigando o setor a conhecer e a se integrar ao modelo de gestão internacional. Desde 1994, com a estabilização da moeda brasileira, o desenvolvimento do e-commerce e a chegada de redes internacionais, por meio de fusões e aquisições, houve um aumento da competição e o deferencial moveu-se para a gestão de pessoas e de processos, sempre buscando execelência operacional.
Aí está o desafio da TI no varejo: prover o setor com soluções que estejam de acordo com sua política de trabalhar com margem reduzida de lucro, conforme os interesses e os hábitos do consumidor. A TI vai viabilizar as novas tendências, cujo foco é o cliente, tendo como primeira tendência para 2012 o Omnichannel, vemos mais quatro pontos importantes para o varejo brasileiro e mundial:
1 - Omnichannel: o conceito está baseado na igualdade entre canais como loja física e loja virtual, seja esta última na internet ou móvel. Assim, o cliente interage com o varejo de diversas formas e, ao mesmo tempo, conhece o produto na loja e o compra pela internet, ou o conhece pela internet e o compra na loja, ou ainda o compra pelo celular, ou pesquisa o preço na loja concorrente mais próxima, entre inúmeras outras possibilidades. Neste conceito, ‘mobilidade’ torna-se uma palavra fundamental e, o celular, um grande aliado nas compras e pesquisas. É neste modelo de negócio que o Cloud Computing torna-se um mecanismo fundamental para proporcionar flexibilidade para o atendimento das demandas da empresa com baixo investimento.
2 - Marketing one to one: usar as informações disponíveis dos clientes (internas e externas à empresa) da forma mais personalizada possível, se valendo do uso de algoritmos de correlação de análise de dados que permitem saber o que o cliente gostaria de comprar. Essa evolução faz com que o cliente receba ofertas e benefícios personalizados, via SMS, e-mail etc. Isso significa associar novos dispositivos ao sistema já disponível para que a experiência do consumidor seja a mais personalizada possível, aumentando em muito as chances de atraí-lo para a efetivação do negócio.
3 – A loja não é mais o único ponto de venda – Estudos do comportamento dentro da loja indicam como criar pontos de inspiração, desde a entrada até o momento da saída. O ambiente físico deve ser o lugar da experiência de compra para o consumidor - que o inspire a comprar e não sendo mais seu meio principal de acesso ao produto. A loja conceito garante ao consumidor a sensação física da compra, mas o pagamento via celular ou internet, e a possibilidade de pesquisar preços sem sair de casa, garantem a compra final.
4 - Comprador e Consumidor - Muitas campanhas têm foco no consumidor, mas nem sempre o consumidor é a mesma pessoa que o comprador. É preciso olhar para os hábitos do consumidor e para as motivações do comprador, equilibrando esses dois pontos. Isso é fundamental.
A Tecnologia da Informação tem que acompanhar as necessidades do Varejo. Aplicações de ERP continuarão em uso cada vez mais, contando agora com o valor agregado do conceito de Cloud Computing, mas os aplicativos relacionados com mobilidade passam a fazer parte do dia a dia do lojista. É a associação da evolução dos antigos sistemas com o ingresso das novas aplicações que fará com que o setor aumente sua eficiência operacional e mantenha sua margem de lucro, independente da forma de compra.
Márcio Caputo é vice-presidente do Grupo ASSA.
 
Fonte: Portal no Varejo

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