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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O entretenimento pode ajudar os shopping centers e as vendas do varejo

Num momento conturbado em que vivemos, com retração do consumo, fica visível a diminuição do fluxo de pessoas nos shopping centers e nos polos comerciais de ruas. No varejo, alguns setores têm apresentado queda de mais de 30% nas vendas, comparando com as do ano passado. O ticket médio diminui, os itens por venda também e a inadimplência aumenta. Demissões de funcionários de lojas e da estrutura organizacional e novas lojas foram adiadas e a expansão revista. 
 
Nos shopping centers, há a consequência direta do cenário entre os varejistas – um aumento de lojas vagas e a profusão de tapumes. Consequentemente, tem o aumento da inadimplência e as renegociações de aluguéis entre locatários e locadores. Outro efeito são inaugurações sendo adiadas e novos projetos paralisados, afinal faltam lojistas para tantos shopping centers.
 
Num cenário como este, o que fazer? Talvez a palavra de ordem seja REINVENÇÃO.
O pensar diferente atinge o varejista que precisa fazer uma profunda análise do seu mix de produtos, pricing e atendimento diferenciado alinhados com a nova realidade do consumidor.
Mas e os shopping centers, como lidar com a vacância num cenário onde a expansão varejista está comprometida? Surgem aí novos players, onde se destaca o entretenimento.
Entretenimento em shopping centers
 
O Brasil é um dos países mais carentes em parques de diversões no mundo, temos parques antigos e mal conservados. Somos, porém, a terceira nacionalidade que mais frequenta os parques da Disney nos EUA. Isto prova que os brasileiros adoram se divertir, mas não encontra atrações correlatas no Brasil. Diante deste cenário, a combinação de parques de diversões com shopping centers reúne uma excelente simbiose.
 
Os parques, quando concebidos de grande porte, com tecnologia de ponta, podem atingir os anseios de um público interessado e ávido por consumir diversão de primeira linha. Recentemente, o Shopping Praia da Costa, em Vila Velha, no Espirito Santo, instalou o simulador “Nave Mágica”, o mesmo equipamento existente no Epcot, no complexo Disney em Orlando – “Soarin”.
 
A Nave Mágica leva a cada embarque, 24 passageiros em uma viagem de imersão ao fundo do mar com mudanças de sensações movimentando os cinco sentidos humanos – com frio ou calor, vento, movimentos, cheiros, fumaça – de acordo com o que é exibido numa grande tela curva de 180m². Os assentos ocupados ficam sobre duas plataformas robóticas que, amparadas por seis eixos móveis sob comando de um sofisticado software, acompanham os movimentos do que é contado na história.
 
O intuito deste investimento de R$ 30 milhões do Grupo Sá Cavalcante foi o de movimentar o centro comercial e torná-lo um “hub social” onde entretenimento e lazer se complementam com as lojas. O shopping inserido junto com três concorrentes próximos se diferencia e traz um público atraído pela atração que acaba consumindo nas lojas do shopping. Ganham todos, lojistas, shopping e consumidor. Que isto se torne um case de referência nos shoppings brasileiros.
 
 
*Marcos Hirai (marcos.hirai@bgeh.com.br) é sócio-diretor da BG&H Retail Real Estate

 
Fonte: Mercado & Consumo

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