O
fundo de private equity Capital Group fechou acordo para entrada no capital da
Burger King no país, com investimento total de pouco mais de R$ 450 milhões,
segundo uma fonte a par do assunto. O fundo passa a ter 31% da rede.
Pelo
acertado, os fundos Vinci e Temasek e a matriz do Burger King tiveram a sua
participação diluída enquanto o Capital Group passa a ter os 31% da
empresa, como antecipou ontem o site "Brazil Journal", a Vinci reduz sua
posição de 62% para 38%. O Temasek, fundo soberano de Cingapura, passa de 20%
para 15%, e a Restaurant Brands International, controladora da rede no exterior,
fica com cerca de 16%.
O
Capital Group passa a formar bloco de controle com a Vinci. Segundo uma fonte a
par do assunto, o fundo teria considerado colocar uma soma maior no negócio
algo em torno de R$ 100 milhões a mais, para se aproximar da posição que a
Vinci passa a ter agora na empresa (38%).
Pode haver,
dentro de alguns anos, outra operação de venda de fatia pequena para o
Capital, de forma que Vinci e Capital fiquem com participações acionárias
mais próximas, mas isso ainda será definido mais à frente.
O
fundo estava entre os três investidores interessados no negócio na fase final
de análise (de um total de oito gestoras de private equity interessadas). O
Valor
já havia
informado em julho que o Capital estava avaliando o negócio.
A
soma investida na rede praticamente zera a dívida líquida da empresa e
reforça o Capex (investimento) dos próximos anos. Dentro do plano traçado de
crescimento da rede, é difícil se expandir hoje sem aumento de despesas e
dívidas. O total de empréstimos e financiamentos da BK Brasil em 2015 somava
cerca de R$ 200 milhões, segundo balanço publicado. O saldo de caixa era de R$
165 milhões em dezembro. A ideia é não buscar tão cedo um novo sócio,
especialmente considerando que o Capital pode ampliar sua fatia no curto prazo.
O
Burger King tem crescido de forma acelerada no país em 2015, as vendas
líquidas subiram 44% , reflexo de um volume maior de novas lojas e pela base
de comparação ainda baixa.
No
primeiro semestre, as vendas "mesmas lojas" (que comparam o desempenho de
unidades abertas há mais de 12 meses) cresceram cerca de 10%, apurou o
Valor. De abril
a junho, há um 'gap' de cerca de sete pontos percentuais entre crescimento de
vendas "mesmas lojas" do Burger King no Brasil e do McDonald's, segundo fonte
ou seja, retirando o efeito das inaugurações de restaurantes.
A
expansão orgânica tem exigido investimentos constantes, especialmente dentro
do projeto da empresa de ampliar o número de lojas próprias da BK Brasil. São
cerca de 540 pontos da marca, e mais de 400 são da BK Brasil, que opera o
negócio por aqui. Ao ampliar o volume de restaurantes próprios no Brasil, ela
toma um caminho oposto da Arcos Dorados, a operadora do McDonald's no país. A
Arcos Dorados tem reduzido o volume de ativos na América Latina, inclusive no
Brasil, para diminuir seu patamar de endividamento. A empresa já teria se
desfeito de cerca de 25 lojas do McDonald's no Brasil para grupos de franqueados
locais neste ano, apurou o Valor.
Fonte: Valor
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