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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

No centro de tudo, o Omniconsumidor-Cidadão 5.1

 

Imagem: Envato

Por: Marcos Gouvêa de Souza é fundador e diretor-geral da Gouvêa Ecosystem e publisher da plataforma Mercado&Consumo.

No fundo é uma abstração e quase inconsequente simplificação. Imaginar que possa existir um Omniconsumidor-Cidadão 5.1 num mundo tão diverso, desigual, volátil e em intensa e profunda mudança.

Mas é possível identificar elementos comuns presentes no comportamento dos consumidores-cidadãos que emergem como resultado da chamada Sociedade 5.0, conceito que nasceu no Japão em 2016 para caracterizar um novo estágio evolutivo, aquele pós-Sociedade da Informação, impactado pelos valores emergentes nesse novo ciclo e com especial ênfase em diversidade e desigualdade e, de forma adicional, na sua vertente .1, alterado pelas transformações de toda ordem impostas pela pandemia global da covid-19.

Daí a liberdade, com alguma abstração de pensarmos no Omniconsumidor-Cidadão 5.1, aquele que de fato está no centro de todas as transformações que acontecem na própria sociedade, nos negócios, no varejo e no consumo, este sim, espectro de nossa análise mais aprofundada.

Esse Omniconsumidor-Cidadão 5.1 estará no epicentro de todos os debates e discussões que teremos durante o Latam Retail Show que se inicia nesta semana pelas vozes dos 220 palestrantes e debatedores, nacionais e internacionais, em 82 horas de conteúdo em até 5 palcos compartilhados e também, uma preciosa contribuição, nos resultados das duas pesquisas inéditas e exclusivas.

A primeira realizada pela Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado do Ecossistema Gouvêa, realizada neste mês com consumidores de 14 países da América Latina e com um aprofundamento relevante na realidade brasileira, discutindo exatamente o perfil e o comportamento dos omniconsumidores frente ao conceito Sociedade 5.0. Seus valores, crenças, atitudes, tendências e expectativas ligadas à sociedade, ao consumo e ao varejo de diversos setores. Trabalho precursor foi apresentado no Global Retail Show de setembro do ano passado e agora é ampliado, avaliando a evolução no período.

Outro estudo, realizado e apresentado pelo Grupo Globo especialmente para o evento, vai mostrar como o comportamento por categorias de produtos e serviços está alterado ao final do ciclo mais dramático da pandemia e diante da perspectiva de retomada do consumo.

Na realidade anterior à Sociedade 5.0, o consumidor já estava mais diverso em seu comportamento, moldado pelo aumento significativo e exponencial da oferta de produtos, categorias, marcas e opções de serviços e soluções, a ponto de se ter criado o dilema da escolha.

Esse processo se ampliou com o tempo pela continuidade do aumento da oferta e se tornou ainda mais relevante pela expansão das opções de conhecimento e informação sobre essa realidade, proporcionada pela multiplicação dos meios de comunicação e pela interatividade gerada pelo digital e as redes sociais, criando um nível de consciência, conhecimento e opção de manifestação de opinião e preferência sem limites. Isso em boa parte moldou o comportamento da Sociedade 5.0, exigindo muito mais atenção às questões da desigualdade e diversidade.

O isolamento parcial dos primeiros tempos da pandemia exacerbou o espaço e o tempo para o acesso ainda maior às redes e ao digital e, passada a fase inicial mais crítica, novos hábitos foram incorporados e passaram a fazer parte do comportamento emergente, exacerbando a situação anterior e justificando a evolução 5.1.

O aumento do tempo individual de acesso ao digital e às redes sociais, além do forte crescimento da participação das vendas pelo e-commerce, são claros indicativos desse processo.

Mas, se do lado do consumo é mais fácil avaliar e medir essa evolução, na dimensão cidadão – outra vertente fundamental – também é real uma profunda mudança com novas e mais incisivas atitudes das marcas, das empresas e dos negócios, compromissos mais consistentes e demonstráveis, atenção a causas maiores que envolvem esforços para redução da desigualdade e dos danos ao meio ambiente e com os temas ligados à governança.

Esse é o vetor cidadão 5.1, que emerge do período também transformado em seus graus de informação, interação, consciência e expectativas. E disposto a se manifestar de forma contundente, pública ou circunstancialmente, em defesa do que acredita e demanda.

Se é real que pensarmos num Omniconsumidor-Cidadão 5.1 pode parecer uma excessiva simplificação, é inegável também que a consciência, o estudo, a mensuração e a avaliação dessa emergente realidade é fator crítico para o repensar de nossos negócios, marcas, produtos, serviços, soluções, canais e, principalmente, valores e atitudes como empresários, profissionais e pessoas.

Como todo processo evolutivo, não necessariamente a resultante é melhor em todos os aspectos.

Os benefícios, a consciência, os aprendizados, as evoluções e os aperfeiçoamentos respondem pelo lado positivo, mas, ao mesmo tempo, a concentração, a ampliação da desigualdade, os danos ambientais e outros elementos são efeitos colaterais nocivos.

Agir para potencializar os positivos e minimizar os negativos é cada vez mais uma atitude cobrada das lideranças de qualquer setor ou negócio. E devemos ter consciência de que seremos cada vez mais cobrados pelo nosso legado individual e coletivo.

Durante o Latam Retail Show virtual, de 14 a 16 de setembro (clique aqui para se inscrever), ocorrerá ampla discussão sobre as transformações que a realidade global e local vivenciam por conta das mudanças geradas na Sociedade 5.0 e sua evolução 5.1 no varejo e no consumo pós-pandemia e seus impactos nos negócios e no mercado.

Uma imperdível imersão na realidade do presente e na visão do futuro.

Fonte: Mercado & Consumo


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