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segunda-feira, 13 de junho de 2022

As principais tendências de negócios apontadas pelo Decode The Future 2022

Evento traz estratégias para lidar com cenário de mudanças cada vez mais constantes. Análise de dados e atenção ao consumidor estão entre elas.

Foto: Shutterstock

“Como você está repensando suas estratégias nestes tempos de incertezas constantes?”. Esta foi uma das provocações centrais do Decode The Future 2022, evento virtual promovido pela GfK, empresa de inteligência de mercado e líder global em análise de dados para consumidores e companhias, realizado no último mês de maio.

Com o tema “a adversidade se encontra com lideranças corajosas”, o evento reuniu nomes de peso das áreas corporativas, de marketing e tecnologia, e apontou as principais tendências de negócios que empresas e empresários devem encontrar no futuro próximo. O objetivo era fornecer repertório para que líderes e empreendedores tomem decisões assertivas e encontrem novas oportunidades no cenário pós-pandêmico.

Compilamos as principais tendências abordadas no Decode The Future 2022, que passam pela importância da análise e uso de dados, diversidade, economia local, capacidade de adaptação e a centralidade nas demandas do consumidor.

Análise de dados como essencial para os negócios

A questão dos dados e como se deve encarar a importância de analisá-los e usá-los para o sucesso dos negócios perpassou praticamente todo o Decode The Future 2022.

Segundo uma das palestrantes, a autora do livro “QI: 10 estratégias para impulsionar o crescimento da sua empresa”, Tiffani Bova, ter acesso a dados confiáveis para tomar as melhores decisões sempre foi uma necessidade, o que mudou com o tempo foi a maneira de obtê-los.

Além disso, diante da quantidade massiva de dados que hoje a tecnologia possibilita coletar, é cada vez mais importante dar atenção ao processo de análise e uso deles. Isso seria, inclusive, uma demanda do consumidor. “Ele quer que a empresa saiba o que ele deseja em tempo real e de maneira personalizada”, afirma Tiffani Bova.

Para isso, é urgente que as empresas e seus colaboradores estejam capacitados a refinar esta gama gigantesca de dados, sempre com o foco em ajudar os clientes a atingirem seus objetivos.

As chefes de Análise de Produto e Experiência do Usuário da GfK, Gemma Maidment e Stefanie Haydock, abordaram também que trabalhar dados de maneira inteligente é essencial em um cenário com mudanças cada vez mais rápidas. É preciso ir além da coleta e promover uma interpretação relevante da informação contida neles.

A dupla reforça o conceito da democratização do acesso aos dados: toda a equipe envolvida deve estar apta a acessar dados atualizados e apresentados com layout de fácil leitura, para que a resposta a eles seja igualmente rápida e integrada.

Dentro desse cenário, há ainda o debate sobre a personalização da demanda baseada no uso de dados versus o consentimento do consumidor ao acesso a eles. “É necessário dizer que há, sim, pessoas dispostas a permitir o acesso para conseguir uma experiência individualizada. O desafio será achar o equilíbrio entre isso e privacidade”, completa o diretor-gerente da Expert International, cadeia de varejo suíça de eletrônicos de consumo, Jens Stroemnes.

Times diversos se tornam estratégia

A diversidade dentro das empresas não só foi apontada como tendência de negócio, mas uma das estratégias para uma interpretação inteligente e inovadora de dados.

O fundador da empresa de marketing americana ØPUS United, Omar Johnson, considera uma divisão entre “hard data” e “soft data”, que seriam as informações coletavas já interpretadas por lentes diferentes de uma equipe diversificada. Ele faz questão de ressaltar que a sua companhia é formada por 50% homens e 50% mulheres com etnias e vivências diversas.

Além disso, o Decode The Future destacou a habilidade de fazer pessoas e tecnologia trabalharem juntos como essencial para o futuro, o que traria não só inovação, mas também uma maior humanização do ambiente tecnológico e autenticidade às marcas. Neste sentido, um time que conte com diversidade e que converse com os valores da empresa seria primordial.

Economia local fortalecida por problemas globais

Para o Decode The Future, o que se pode esperar do futuro próximo no universo dos negócios está muito atrelado ao contexto atual e seus fatores de impacto, em especial os reflexos da pandemia de covid-19 e da recessão econômica.

Em sua palestra, Jens Stroemnes afirma acreditar que algumas tendências no comportamento dos consumidores nos últimos dois anos de crise se tornarão permanentes: a maior aceitação das tecnologias por novos grupos, o fortalecimento das compras online e do uso de ferramentas online na experiência do consumidor, e um foco grande nos negócios locais.

“As pessoas querem consumir produtos e serviços locais. Isto traz oportunidades para os varejistas e um fortalecimento dos bairros”, diz.

O vice-presidente da Forrester Researcher, empresa americana de pesquisa de mercado, Thomas Russon, também faz parte do grupo que pensa que o movimento veio para ficar. Além da demanda dos consumidores, ele observa que as tecnologias também aceleraram a hiperlocalização, trazendo os centros de produção mais próximos dos centros de consumo. A aposta é uma tendência de negócio multilocal.

“Os consumidores estão procurando os valores que as marcas expressam, como os mais globais em relação à posição sobre as mudanças climáticas, políticas positivas para os funcionários e comprometimento com diversidade racial, mas também o retorno que elas propiciam à comunidade local. Isso tem como consequência o aumento dos negócios locais e multilocais”, fala.

Mesmo neste cenário, a importância dos dados permanece. Segundo o palestrante, para fazer os negócios multilocais funcionarem, é fundamental ter o acesso às informações do consumidor local em um mundo cada vez mais fragmentado, cultivar uma mentalidade global/local (times diversos e que entendam a realidade regionalizada seriam uma dessas formas) e possibilitar confiança e autonomia locais por meio de novas maneiras de operar que considerem as demandas de um público específico.

Demandas do consumidor no centro

Seja no negócio local, trabalhando com times diversos e utilizando dados ou não, para o Decode The Future todas estas tendências se unificam em um objetivo comum, que é transferir a centralidade da estratégia do negócio do produto para o consumidor.

“Se concentrar nos clientes parece fácil, mas a questão é que eles também mudaram suas motivações de compra, categoria de gastos, canais de consumo favoritos… Como a empresa tem conversado com esse novo consumidor? É uma pergunta importante”, comentam Gemma Maidment e Stefanie Haydock.

Como dizem, para colocar o consumidor no centro é preciso usar dados que possibilitem entender seu perfil. Assim, pode-se criar mensagens mais relevantes e uma estratégia de visibilidade melhor para o público de interesse.

Omar Johnson, da ØPUS United, também fala em compreender a jornada do cliente (o que estão fazendo, com quem, onde, quando usam o produto, como o produto o ajuda e conversa com sua identidade) a fim de melhor se relacionar com ele e proporcionar ideias inovadoras.

Já Tiffani Bova finaliza que as empresas precisam começar a se sentir confortáveis com as mudanças – inclusive de comportamento dos clientes. Por isso, ressalta que toda estratégia deve ser baseada nos insights oriundos das interpretações dos dados, se possível em tempo real.

“Muitas empresas foram para o ambiente online pela primeira vez nos últimos dois anos. Mas não se enganem: os trabalhos se mantêm os mesmos, o que mudam são apenas as soluções para serem feitos. Por isso digo que os consumidores irão se lembrar da experiência que tiveram com uma marca muito mais do que o preço que pagaram. A economia da experiência é tão importante quanto o produto”, afirma.

Fonte: Consumidor Moderno

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