O objetivo, para antes de abrir capital, era dobrar de tamanho. Hoje, a Chilli Beans não está longe disso. “A gente vai faturar R$ 1 bilhão este ano”, afirmou o CEO.
Por Gabriela Mackert Occhipinti
O empresário – que já teve o fundo Gávea de sócio, do qual hoje é dono – tem no horizonte, mas não como objetivo, o IPO para a consolidada marca de óculos.
A empresa faturou R$ 550 milhões em 2020, e R$ 600 milhões em 2019. Com a pandemia da Covid-19, investiu no comércio on-line e faturou R$ 29 milhões nesse segmento no primeiro semestre de 2021.
Hoje, é a terceira maior rede de franquias do Brasil, com mais de 160 lojas da Ótica Chilli Beans e mais de 1000 pontos de vendas da rede Chilli Beans.
Caito Maia e a Chilli Beans
Nascido em Cotia, SP, iniciou sua trajetória em um ambiente diferente do que está hoje. Apaixonado por música, aos 18 anos decidiu se mudar para os Estados Unidos para estudar na Berklee College Of Music, em Boston.
Fascinado pelos óculos escuros norte-americanos e utilizando seu instinto empresarial aguçado, Caito financiou seus estudos com a renda que obtinha dos óculos que trazia dos EUA para seus amigos do Brasil.
Oito anos depois, em 1997, com o aumento crescente da demanda de pedidos por óculos, decidiu investir em sua própria marca e inaugurar a primeira loja da Chilli Beans, na Galeria Ouro Fino, em SP, revolucionando o segmento ao trazer para o varejo ótico nacional o conceito de self-service.
Nessa época, Caito já desenvolvia um modelo de negócio que priorizava a experiência do consumidor, ao gerar o contato direto do cliente com o produto e ao produzir 44 coleções limitadas por ano, com parcerias baseadas nos pilares de moda, música, arte e geek.
Presente em mais de 19 países e com um market share de 16,5% no segmento de óculos escuros no Brasil, decidiu embarcar em uma nova aventura: a Ótica Chilli Beans, um novo conceito de loja focado em soluções de ótica.
Hoje conta com mais de 900 pontos de venda no território nacional e no exterior, como em Portugal, Estados Unidos, Colômbia, Kuwait, Peru, Chile, Bolívia, México, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e Caribe.
Em 2022, e com pós-pandemia, “hoje a gente é uma empresa mais leve, mais objetiva, mais rentável. Isso foi culpa da pandemia”, disse Caito em entrevista para o Money Times.
Investindo em inovação e em pessoas
Para o CEO, um de seus papéis enquanto empresário é assumir o compromisso sobre impactos ambientais. Já uma empresa, “tem que ter essa consciência e consistência para formar gente boa para o mundo”, afirmou.
Há quatro anos, o fundador da Chilli Beans passou a investir em pesquisas para desenvolver materiais sustentáveis para os óculos.
O resultado foi a coleção ECO, com produtos feitos com resíduos plásticos recolhidos do oceano, que se tornou parte do portfólio perene da marca, podendo ser encontrada em qualquer época do ano.
Além disso, desenvolveu a Eco Chilli, um novo formato de loja, com construção modular, que utiliza energia solar e é produzida 100% com plástico reciclado.
Fora do ambiente corporativo, Caito é reconhecido por ser um verdadeiro showman.
Desde 2017, integra o elenco do reality show “Shark Tank Brasil”, na Sony Channel, como um dos “tubarões”. Para ele, no programa “a gente investe, na verdade, em pessoas que têm verdade, que têm um lastro interessante, que fazem a coisa com amor”.
Além disso, está à frente do programa “Se Parar O Sangue Esfria”, na 89FM, onde recebe empresários para conversar sobre seus negócios.
O IPO
O objetivo, para antes de abrir capital, era dobrar de tamanho. Hoje, a Chilli Beans não está longe disso. “A gente vai faturar R$ 1 bilhão este ano”, afirmou o CEO.
Mesmo alcançando a marca – patamar já alcançado pelos dois líderes do mercado, as óticas Carol e Diniz – o IPO “não é um objetivo, é uma consequência”, disse Caito.
O CEO ainda não estabelece uma data para a abertura de capital, “não tem nada marcado, é questão de consequência, não é o objetivo. O objetivo é continuar fazendo o nosso trabalho, que estamos fazendo. Não estou trabalhando para um IPO, estou trabalhando para fazer a minha história, se vier é lucro, sem pressa”, afirmou.
Fonte: Money Times
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