No ano, o top line da empresa dona de marcas como Schutz, Anacapri, Alexandre Birman e Reserva teve uma alta de 43,4%, para R$ 4,2 bilhões.
Por André Jankavski
A Arezzo&Co acaba de divulgar uma receita líquida de R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre, um crescimento de 20% na comparação anual, em linha com as expectativas do mercado.
No ano, o top line da empresa da família Birman – dona de marcas como Schutz, Anacapri, Alexandre Birman e Reserva – veio mais forte: uma alta de 43,4%, a R$ 4,2 bilhões.
A margem EBITDA, um número que já não vinha agradando o mercado, caiu mais uma vez. O indicador fechou em 15% no quarto trimestre, uma queda de 2,4 pontos percentuais. No ano, a margem ficou em 16,8%.
O lucro líquido também ficou abaixo do consenso do sellside. A Arezzo&Co entregou um lucro de R$ 106 milhões, uma queda de 7,1% na comparação anual, enquanto o mercado esperava um lucro de R$ 129 milhões. Nos doze meses, o bottom line subiu 43,5%, a R$ 422 milhões – 10% abaixo do consenso.
O CEO Alexandre Birman disse ao Brazil Journal que a margem EBITDA foi impactada pelos bônus pagos aos executivos, que foram maiores que o esperado porque a empresa teve um crescimento acima do que havia sido indicado no início do ano.
“Foi uma questão de meritocracia. Entregamos um crescimento de 43%, ante os 26% que era o programado,” disse o CEO. “Mas essa margem foi o meu ‘vale’, e a partir do ano que vem vamos entregar margens próximas às históricas.”
Segundo ele, o crescimento neste ano continua forte. “Registramos uma alta nas vendas de 25% em janeiro, 20% em fevereiro e 30% na primeira semana de março,” disse.
Birman disse que a Arezzo&Co optou por crescimento em detrimento das margens, o que fez a empresa investir bastante em marketing no ano passado, o que permitiu o crescimento divulgado hoje.
Para este ano, a Arezzo&Co disse que vai buscar uma “premiunização” – para aumentar o desejo das consumidoras e, claro, os preços dos produtos.
Nesse sentido, a empresa acaba de contratar Gisele Bündchen para ser a nova garota propaganda da Arezzo. Apesar da investida internacional da empresa, a imagem da über model será explorada apenas no Brasil.
No último trimestre, a marca Arezzo foi a que apresentou o menor crescimento entre todo o portfólio no trimestre, com 1,7%. No ano, a alta foi de 29,6%.
Segundo Birman, o resultado praticamente flat foi causado por uma distorção nos resultados do quarto trimestre de 2021, que teve mais vendas por sazonalidade de entrega no ano passado.
“Foi uma postergação, pois o que era para ter entrado em setembro foi registrado em outubro. É melhor olhar para o resultado anual, que foi forte,” disse ele.
O negócio que teve o maior crescimento foi a AR&Co, que compreende a Reserva e que teve uma alta de 32,9% no quarto trimestre. No ano, a AR&Co faturou R$ 1,2 bilhão, alta de 25,6%.
O same-store sales das franquias (sell-in) caiu 2,2%, enquanto o de lojas próprias e web (sell-out) subiu 12%. Segundo Birman, isso aconteceu porque algumas lojas anteciparam o estoque no terceiro trimestre.
Para este ano, a Arezzo&Co decidiu olhar mais para o exterior – e Birman disse que a compra da grife italiana Paris Texas deve ser a primeira de uma série de aquisições que a empresa deve fazer na Europa.
O negócio nos Estados Unidos, no entanto, vem desacelerando e teve um crescimento de apenas 10%, ante 28,2% no trimestre anterior. No ano, o mercado americano teve alta de 40,9%, a US$ 95 milhões.
“A nossa operação nos EUA vai bem, mas chegamos a um patamar em que o crescimento será de cerca 10% ao ano, até chegarmos aos US$ 150 milhões, que era o valor que prevíamos quando entramos lá,” disse Alexandre.
Apesar do foco no exterior, o CEO disse que também está de olho em oportunidades no Brasil. Segundo ele, a Arezzo&Co está em conversas com algumas marcas de vestuário feminino e podem fazer deals com valores entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões.
Fonte: Brazil Journal
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