Avós são hoje os principais compradores, levando netos às lojas especializadas e redes varejistas.
O mercado brasileiro de brinquedos deve crescer 7% e faturar R$ 9 bilhões em 2023, de acordo com as estimativas da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). As principais novidades e tendências do segmento são apresentadas na 39ª Feira Internacional de Brinquedos – Abrin, maior evento do setor na América Latina, que começou neste domingo, 5, e vai até quarta, 8 de março. A feira é organizada pela Francal Feiras em parceria com a Abrinq e, já na estreia, reuniu 6 mil pessoas no Expo Center Norte, na zona norte de São Paulo, um recorde na comparação com primeiro dia de edições anteriores.
As datas sazonais, como Dia das Crianças e Natal, continuam como as principais responsáveis pelas vendas de brinquedos. O segmento vem sendo movimentado principalmente pelos avós, que são os principais compradores, levando os netos às lojas especializadas e redes varejistas, segundo o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa, que participou neste domingo de uma rodada de palestras, a Abrin Talks.
O executivo destacou que o Brasil voltou a registrar 22 mil nascimentos por dia no último ano, o que representa ótimas oportunidades de crescimento do segmento de brinquedos, ainda que eles disputem atenção das crianças com celulares e outros artefatos tecnológicos.
A força do licenciamento
O licenciamento também continua mostrando força no setor de brinquedos. Segundo Mara Ronchin, diretora de Licenciamento da The Walt Disney Company, esse mercado cresceu 15% em 2022 e os produtos licenciados têm uma base de fãs de todas as idades e gerações. A indústria oferece um mix de itens para todos os gostos e idades.
“É um mercado bem forte. Mexe com paixões e ajuda a conectar marcas e consumidores”, confirma o diretor de Marketing da Candide Brinquedos, Bruno Verea.
Para Marcelo Adriano da Silva, gerente de Marketing da Líder Brinquedos, um dos fatores de sucesso dos produtos licenciados é que eles tornam reais o que o consumidor vê como abstrato. “É uma maneira de tornar tangíveis personagens e itens que fazem parte do imaginário das crianças e é uma paixão para os adultos”, afirma.
Uma das fontes de pesquisa para licenciamentos e tendências são as plataformas de streaming, que reúnem conteúdos novos e antigos e fazem sucesso com todas as gerações. De acordo com David Diesendruck, CEO da Redibra, o crescimento desses serviços gera inúmeras oportunidades para a indústria de brinquedos.
“As novas séries e produções exigem que o segmento de brinquedos esteja atento e se adapte, rapidamente, para acompanhar as tendências e oferecer o que o consumidor procura no tempo certo”, alerta.
Redes sociais e live commerce
As redes sociais e os influenciadores também ganharam importância para o setor. O head de E-commerce da Toy Mania, Bruno Verea, destaca que 77% dos internautas seguem algum influenciador e 55% já compraram algo indicado por ele, o que demonstra a importância e a força das redes sociais para criar a comunicação entre marcas e consumidores.
O especialista também chama a atenção para o potencial do live commerce, transmissões ao vivo realizadas por varejistas em plataformas digitais, muitas vezes em colaboração justamente com influenciadores. A expectativa é que as transações via live commerce resultem num faturamento de US$ 600 bilhões até 2027, e a indústria de brinquedo pode aproveitar este cenário para se conectar com o seu público e alavancar suas vendas.
“A Abrin é uma ótima oportunidade para as marcas atiçarem a curiosidade dos consumidores e encontrarem ótimas oportunidades comerciais”, conclui.
Fonte: Mercado & Consumo
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